Dados do Trabalho


Título

EVENTOS ADVERSOS POS-VACINAÇAO FEBRE AMARELA (EAPV-VFA) - MINAS GERAIS, 2016 A 2019

Introdução

Descrever o perfil dos casos de Eventos Adversos Pós-Vacinação Febre Amarela (EAPV-VFA) notificados em Minas Gerais nos três períodos sazonais: 01 de julho de 2016 a 30 de junho 2017, e 01 de julho de 2017 a 30 de junho de 2018 e 01 de julho de 2018 a 30 de junho de 2019.

Material e Método

Estudo descritivo sobre o perfil clínico e epidemiológico das notificações dos casos suspeitos de EAPV-VFA em MG a partir dos dados disponíveis no Sistema de Informações da Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV). O critério primordial para notificação foi a presença de sinais e sintomas clínicos até 30 dias após receber a vacina febre amarela.

Resultados

Foram notificados 1.391 casos suspeitos de EAPV-VFA após a administração de 7.900.000 doses da vacina febre amarela nos três períodos sazonais. Desses, 291(20,1%) foram classificados como Evento Adverso Grave (EAG), 711(51%) Evento Adverso não Grave (EANG) e 389 (28%) Erros de Imunização (EI).
Em relação aos EAG, foram notificados 133(15,4%) casos no primeiro período, 148(34,2%), no segundo período e 10(10,4%) no terceiro período. Houve uma redução no número absoluto no terceiro período, podendo estar associados ao número de doses administradas. O coeficiente de incidência foi de 3,68 casos por 100.000 doses aplicadas nos períodos. As regiões mais afetadas foram Manhumirim, Coronel Fabriciano e Belo Horizonte. A faixa etária mais acometida foi 15 a 59 anos nos dois primeiros períodos e menores de um ano de idade no terceiro período, sendo o sexo masculino de maior impacto. O intervalo entre a vacinação e o início dos sintomas foi, em média, de 3 a 4 dias, mínimo 0 e máximo 29 dias. Febre, cefaleia, mialgia e vômitos são as manifestações sistêmicas mais comuns relatadas. Em relação a avaliação da causalidade dos EAG, 133(46%)casos foram encerrados pelo nível estadual como “C -. Condições causadas por outros fatores e não vacinas”, 150(52%) como “D. Inclassificável”, 3(1%) como “A1. Reações inerentes ao produto, conforme literatura” e 5(2%) estão em investigação.

Discussão e Conclusões

Um fator importante que interferiu no encerramento dos casos está relacionado a problemas estruturais (Sistema e qualidade dos registros). Muitos casos encerrados como “Inclassificáveis” comprometendo a adoção de medidas adequadas e oportunas e favorecendo o descrédito da vacinação, o que pode atribuir às vacinas eventos que não lhes são devidos ou que significam apenas uma associação temporal.
Essas limitações levam ao comprometimento da compreensão da real situação dos EAPV.

Palavras Chave

Eventos Adverso Pós vacinação, vacina febre amarela

Área

Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica

Instituições

Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

ROBERTA BARROS DA SILVA