Dados do Trabalho
Título
OCORRENCIA DE EVENTOS ADVERSOS POS VACINAÇAO CONTRA ROTAVIRUS E SEUS EFEITOS NA CONTINUIDADE DO ESQUEMA VACINAL
Introdução
As doenças diarreicas sempre tiveram um impacto importante na morbimortalidade de crianças, sendo o Rotavírus o principal agente causador da gastroenterite aguda (GEA). Após a comercialização em larga escala nos EUA da primeira vacina contra o rotavírus, foi identificado um aumento no risco de intussuscepção intestinal, motivo pelo qual a mesma foi retirada do mercado. Em 2006, estudos realizados com novas vacinas demostraram segurança e ausência de risco de intussuscepção. Assim, o PNI introduziu em seu calendário a vacina contra Rotavírus monovalente. O desconhecimento de alguns profissionais de saúde que associam a vacina utilizada pela rede pública no país com a vacina que foi utilizada nos EUA, contribui para a não imunização de algumas crianças, através de falsas contraindicações. Este estudo objetivou avaliar a incidência de internações por diarreia, GEA, íleo paralítico e obstrução intestinal em crianças menores de 5 anos notificadas em um município do interior paulista, de 2000 a 2018. Buscou-se avaliar também, se as crianças que foram notificadas por Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) contra Rotavírus em um distrito desse município de 2016 a 2018, receberam o esquema completo de vacinação preconizado pelo PNI.
Material e Método
Trata-se de estudo descritivo a partir do registro de internações do DATASUS, da ficha de Investigação/Notificação de EAPV e do Sistema HYGIA.
Resultados
A partir da análise dos dados pode-se observar uma queda importante do coeficiente de incidência de internação por diarreia e gastroenterite no município, no período estudado. Por outro lado, não foi observada variação no número de internações por íleo paralítico e obstrução intestinal em crianças menores de 5 anos. O distrito recebeu, de 2016 a 2018, 11 notificações de EAPV envolvendo a vacina contra Rotavírus, com a presença de estrias de sangue nas fezes como a principal reação apresentada. Das crianças notificadas, 07 (63,6%) não apresentaram o registro da 2ª dose no sistema. De acordo com o manual de EAPV do Ministério da Saúde, a presença de sangue nas fezes sem outros sintomas pode ser um achado eventual ou relacionado a outros diagnósticos, somente casos que evoluem para invaginação intestinal tem contraindicação de doses subsequentes.
Discussão e Conclusões
Torna-se necessária a disseminação da informação entre profissionais de saúde sobre a segurança da vacina do PNI contra Rotavírus, que propicia eficácia de 84,7% para a prevenção de formas graves de infecção pelo Rotavírus no primeiro ano de vida.
Palavras Chave
imunização, evento adverso pós vacinação, rotavírus
Área
Imunizações
Instituições
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
LARISSA GERIN, MAYRA FERNANDA DE OLIVEIRA, PATRICIA ABRAHÃO-CURVO, ELISABETE PAGANINI, ANGELINA LETTIERE, ALINE MONROE, SUSANA SEGURA MUÑOZ