Dados do Trabalho


Título

MONITORAMENTO RAPIDO DE COBERTURAS VACINAIS (MRC) POS-CAMPANHA DE VACINAÇAO CONTRA POLIOMIELITE E SARAMPO: UMA ESTRATEGIA DE SUPERVISAO E INTERVENÇAO NO ESTADO DO CEARA

Introdução

O monitoramento rápido de coberturas vacinais (MRC) é uma estratégia de rotina utilizada em diversos países das Américas, de acordo com a recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). É um método útil para a avaliação da situação vacinal local e seus resultados devem ser utilizados para redefinir as ações de vacinação, contribuindo para a melhoria das coberturas vacinais e sua homogeneidade. Este trabalho tem como objetivo descrever os motivos de não vacinação das crianças residentes no estado do Ceará, no MRC da Campanha contra Poliomielite e Sarampo, no ano 2018, informado pelos responsáveis.

Material e Método

Estudo descritivo, analisando 61.676 cadernetas de vacinação de crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade para avaliação da situação vacinal para Poliomielite e 58.061 cadernetas de vacinação de crianças de 1 a menores de 5 anos de idade para Sarampo, no Ceará. O MRC da Campanha contra Poliomielite e Sarampo ocorreu no ano de 2018, com coleta de dados no primeiro semestre de 2019, através do sistema de informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).

Resultados

Verificou-se que 1.067 crianças não se vacinaram contra Poliomielite, com 964 motivos e 940 não vacinaram contra o Sarampo, com 1.149 motivos. Os motivos de não vacinação contra a Poliomielite e Sarampo, respectivamente, foram : posto fechado: 3 (0,3%) e 6 (0,5%); evento adverso em dose anterior: 3 (0,3%) e 6 (0,5%); contraindicação médica: 7 (0,7%) e 13 (1,1%) ; por recusa: 13 (1,2%) e 26 (2,3%); por ter várias injeções simultâneas: 16 (1,5%) e 8 (0,7%); vacina não estava agendada: 31 (2,9%) e 23 (2%); perderam/sem comprovante vacinal: 53(5%) e 45 (3,9%); dificuldade de ir ao posto: 48 (4,5%) e 168 (14,6%); falta de vacina: 88 (8,2%) e 68 (5,9%); por falta de tempo: 234(21,9%) e 254 (22,1%); outros motivos: 468 (43,9%) e 532 (46,3%) e sem informação para a não vacinação contra Poliomielite:103 (9,6).

Discussão e Conclusões

Diante dos resultados, destacam-se a dificuldade de acesso dos usuários aos locais de vacinação, por vezes devido a falta de flexibilidade nos horários das Unidades de Saúde e falhas relacionadas à gestão das salas de vacinação, como garantia do estoque dos imunobiológicos. Um número considerável de outros motivos, não sendo possível descrevê-los, tornou-se um fator dificultador da análise. Medidas de intervenções locais baseadas em resultados como o MRC ou outras estratégias aplicadas no território são importantes para minimizar os fatores contribuintes para a não vacinação no estado do Ceará.

Palavras Chave

Monitoramento; Vacinação; Cobertura Vacinal

Área

Imunizações

Instituições

Secretaria da Saude do Estado do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

ELAINE CRISTINA DA SILVA ALVES, ANA DEBORA ASSIS MOURA, ANA KARINE BORGES CARNEIRO, ANA RITA PAULO CARDOSO, IARA HOLANDA NUNES, MARIA JULIA ARAUJO BORGES, SURAMA VALENA ELARRAT CANTO, TEREZA WILMA SILVA FIGUEIREDO