Dados do Trabalho
Título
NOVAS FORMAS DE PRODUZIR E CONSUMIR INFORMAÇOES: FAKE NEWS E HESITAÇAO VACINAL
Introdução
A busca por informações sobre saúde foi facilitada pelas redes sociais, se por um lado as pessoas conseguem ter maiores informações para sua autonomia em saúde, por outro lado o número crescente de informações falsas tornou-se um problema de saúde pública (Moretti, et al 2012). Nesse campo as fake news vão desde alimentação, atividade física, higiene, tratamentos para doenças, vacinas entre outros. Gerando uma infinidade de conteúdos que são mais compartilhados do que estudos de fontes seguras de jornalismo ou academia cientifica (Jervelund, 2018).
No campo dos imuniobiológicos há associações entre as fake News e a queda da cobertura vacinal (Jervelund, 2018), o que levou o Ministério da Saúde do Brasil a criar um canal próprio para combater as “fake news da saúde” em 2018.
Este estudo tem como objeto o conteúdo sobre os imunobiológicos encontrados nos sites de checagem do Brasil, com a finalidade de refletir sobre o papel das Fake News na queda da cobertura vacinal.
Material e Método
Estudo de abordagem qualitativa utilizou a análise de discurso para investigar as notícias sobre imunização em 3 agências de checagem.
Resultados
As buscas totalizaram 49 notícias consideradas Fake News, dessas 4 foram descartadas por duplicidade, restando portanto, 45 fake news que foram analisadas.
Discussão e Conclusões
Há registro de fake news desde 2010, o maior pico em 2017. Observa-se o predomínio de conteúdos negativos e depreciativos sobre as vacinas (41) e 4 trazem conteúdos com avanços como, descoberta de vacina para Câncer e Diabetes. Faillet (2018) discute que a ampla divulgação das fake news na saúde está relacionada a mobilização de sentimentos que podem inteferir na decisão de não vacinação, por exemplo. Existe cerca de 8 mil revistas cientificas fake, que embasam os compartilhamentos. É possível relacionar o aumento das Fake News de acordo com a emergência epidemiológica do país, em 2018 há predomínio da vacina de febre amarela. A ansiedade e o medo provocados por uma situação real são agravados com a proliferação de notícias falsas que por vezes, ameaçam a saúde das pessoas e desorganiza o processo de trabalho nos serviços de saúde (Henriques, 2018). Diante do exposto infere-se que as fake news contribui para o aumento da baixa cobertura vacinal por afetar a confiança e a conveniência dos imunobiológicos, por isso, torna-se importante, não só as experiências de checagem, mas processos educativos que fortaleçam o vínculo com instituições de credibilidade e possibilite democratizar as pesquisas em saúde.
Palavras Chave
hesitação vacinal, políticas públicas, fake news
Área
Aspectos Éticos e Legais das Imunizações
Instituições
EE/UFMG - Minas Gerais - Brasil
Autores
SHEILA APARECIDA FERREIRA LACHTIM, ALICE GOMES FRUGOLI, TERCIA MOREIRA RIBEIRO SILVA