CONTENÇAO ESPECIALIZADA / ORTESE DE TENDAO – C.E.O.T.: OPÇAO DE TRATAMENTO E REABILITAÇAO POS-OPERATORIO DE LESAO DE TENDOES FLEXORES DA MAO
Com o passar dos anos, a evolução das atividades humanas incrementadas pela utilização das habilidades manuais levaram ao aumento da frequência e das gravidades das lesões acometendo as estruturas da mão, dentre elas os tendões flexores dos dedos. O melhor prognóstico das lesões envolvendo os tendões flexores ocorre quando a reabilitação precoce é iniciada. Conhecidamente na literatura, acredita-se que um deslocamento de 5 mm dos tendões reparados dentro do túnel osteofibroso seja seguro e essencial para que não ocorra uma aderência dos tendões reparados. A cirurgia preconizada é a sutura pela técnica de Kessler modificada que garante o deslocamento necessário dos tendões reparados dentro do túnel osteofibroso, essencial para que não ocorra uma aderência com posterior imobilização.
O objetivo desse artigo é propor um novo método de imobilização imediata, intra-operatória, para as cirurgias de reparo dos tendões flexores que seja prática e que mantenham os parâmetros de segurança preconizados.
Os materiais utilizados são algodão ortopédico, malha tubular e atadura de crepom. A técnica de imobilização deve ser realizada com a colocação de uma bola de algodão na palma da mão do paciente, com sustentação da mesma pela atadura. O enfaixamento sobre a face dorsal dos dedos gera imobilização da extensão e possibilita flexão passiva das articulações dos dedos. O movimento do punho permanece livre. Mantêm-se as articulações dos dedos nas inclinações determinadas e seu uso por quatro semanas.
Os resultados serão apresentados posteriormente, tendo como critérios de análise o retorno à funcionalidade do dedo, a rotura da sutura e a cicatrização com fibrose.
A imobilização pós-operatória estabelecida na literatura se baseia no uso de tala gessada dorsal, com reabilitação de lesão dos tendões flexores num período curto de imobilização, com movimentação gradativa dos dedos. Nenhuma forma de imobilização ou protocolo de reabilitação teve suporte baseado em evidência que indicasse os melhores resultados. A nova imobilização proposta possibilita a flexão passiva das articulações dos dedos, mas impede a extensão das articulações dos dedos.
Dessa forma, essa nova técnica é apresentada visando oferecer à comunidade científica e aos pacientes, uma opção segura, prática, barata, acessível a todas as Unidades de Saúde Públicas e Privadas, de fácil adesão pelos pacientes, e que mantenha os parâmetros de segurança para o reparo das lesões dos tendões flexores preconizados na literatura.
Tendão flexor, imobilização, reabilitação.
CLÍNICO
Centro Especializado em Ortopedia e Traumatologia - Paraná - Brasil, Hospital São Lucas de Cascavel - Paraná - Brasil
Mario Ricardo Selani, Gustavo Meurer, Caroline Mayara Kavalco