O DESENHO DA ALÇA VASCULAR ARTERIOVENOSA NAO INTERFERE NA SUA PATENCIA - ESTUDO EXPERIMENTAL NA PATA DE COELHO
Introdução: as alças vasculares podem prover o suprimento sanguíneo adequado para um retalho microcirúrgico em um leito desfavorável, como fratura exposta ou área irradiada após a ressecção de tumores. Apesar de realizadas na prática clínica, há falta de estudos demonstrando quais os fatores são responsáveis pelo seu sucesso.
O objetivo primário deste trabalho é padronizar um modelo de alça vascular em coelho cujo desenho possa ser mantido e, assim determinar se, em dois desenho diferentes de alça, "circular" ou "angulada", há diferença na patência do fluxo sanguíneo que a percorre:
Os objetivos secundários serão avaliados serão a repercussão dos diferentes desenhos da alça na frequência cardíaca, na gasometria, e a presença de hemólise
Método: 39 coelhos foram submetidas à microanastomose arteriovenosa com técnica microcirúrgica. As aças foram acomodadas em dois desenhos, um circular e outro, o mais alongado possível sem dobras na alça. Os parâmetros avaliados foram: presença ou não de fluxo, sinais de hemólise, alterações hemodinâmicas sofridas pela veia submetida à pressão arterial.
Resultados: após sete dias, o fluxo estava presente em 68% das alças anguladas e em 75% das alças circulares (p>0,05). Houve, intragrupo, diminuição estatisticamente significante da pCO2 e aumento estatisticamente significante do pH. Não houve diferença estatística no restante dos parâmetros avaliados entre os dois modelos de alça.
As alças vasculares são uma opção para o fornecimento de sangue a um retalho que cobrirá áreas receptoras sem cobertura adequada.
Neste trabalho, tanto as alças circulares, com menor risco de turbilhonamento, quanto as alças anguladas apresentaram índices semelhantes de patência após sete dias.
Houve avaliação por visualização direta e por fluxômetro.
As alterações hidroeletrolíticas e gasométricas encontradas foram desprezíveis.
O número de animais utilizado foi adequado do ponto de vista estatístico e ético.
O trabalho experimental pode agora ser reproduzido e testa do em animais mais complexos, como o porco.
Conclusões: apresentamos um modelo reprodutível de alça vascular. Não houve diferença estatística quanto a presença de fluxo após sete dias nos dois modelos de alça vascular.
1.Coelho 2. anastomose arteriovenosa 3.enxerto vascular
4. veia femoral 5. microcirurgia 6. procedimentos vasculares
EXPERIMENTAL
IOT-HC-FMUSP - São Paulo - Brasil
MATEUS SAITO, MARCELO ROSA DE REZENDE, GUSTAVO BISPO DOS SANTOS, THIAGO BITTENCOURT, MARIA DO CARMO NUNES, RAMES MATTAR JR