MAO TETRAPLEGICA - ALPHABET PROCEDURE
O vídeo mostra os passos principais do "Alphabet procedure":cirurgia em estágio único (descrita por Jan Fridén e colaboradores), para ganho de função da mão de pacientes tetraplégicos. A cirurgia consiste em sete diferentes procedimentos que podem ser ou não indicados em sua totalidade, de acordo com a classificação do paciente e achados de exame físico.
No caso apresentado, a paciente é classificada como grupo 6 OCu pela ICSHT. Foram realizados:
1-artrodese trapézio-1ºMTC, para posicionamento do polegar de forma adequada para a pinça lateral (pinça de chave);
2-Extensor pollicis longus-loop-knot (ELK), para evitar hiperflexão da IF do polegar, que pode causar passagem do polegar sob o segundo dedo ao tentar realizar a pinça lateral.
Na descrição original do "alphabet", era realizada transferência distal de parte do flexor longo do polegar para o extensor longo do polegar (também conhecida como tenodese "Nova Zelândia").Jan Fridén publicou posteriormente o "ELK", técnica atualmente utilizada.
3-Reconstrução dos intrínsecos pela técnica de House. Utilizando enxerto tendíneo do flexor superficial do quarto dedo, que é dividido ao meio.
4-Transferência do m. braquiorradial para o flexor longo do polegar
5-Transferência do m. extensor radial longo do carpo para o flexor profundo dos dedos (2º ao 4º).O FP do 5º dedo não é incluído diretamente na sutura para evitar que haja flexão precoce do dedo mínimo impedindo a flexão completa e adequada dos demais dedos, em especial do indicador (efeito quadriga),o que poderia acarretar prejuízo para a pinça lateral.
Não realizamos a tenodese do extensor longo do polegar proximalmente pois a paciente apresentava força M2 do músculo.Não foi necessária a tenodese do extensor ulnar do carpo.
No 1ºPO é iniciada reabilitação com movimentação ativa (não é permitida flexão completa dos dedos nas primeiras semanas para proteger a reconstrução dos intrínsecos).O curativo é trocado por um que permite individualização dos dedos e controle de edema. É confeccionada órtese antebraquiodigital que, por 3 semanas, será retirada apenas para realizar os exercícios orientados (4x/ dia).
Na 3ª semana pós operatória, é confeccionada uma órtese para proteção da artrodese e o paciente já pode utilizar a mão em` atividades diárias.
VÍDEOS
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil
Renata Gregorio Paulos, Emygdio José Leomil de Paula, Fernando Vicente Pontes, Marcelo Rosa Rezende, Rames Mattar Jr