Montagem de Placas Volares Bloqueadas em Fraturas Intra-articulares da Extremidade Distal do Rádio Utilizando Parafusos Unicorticais e Bicorticais.
As fraturas da extremidade distal do rádio são bastante frequentes. O aumento do uso da placa volar bloqueada nestas fraturas foi acompanhado pelo reconhecimento de suas complicações, principalmente as relacionadas com os tendões extensores. A utilização de parafusos unicorticais é uma forma de evitar estas lesões.
Avaliar as propriedades mecânicas das fixações unicortical e bicortical em um modelo de fratura intra-articular da extremidade distal do rádio, classificada como AO 23C3 e Melone tipo 4, sob cargas fisiológicas simuladas e avaliar a possibilidade de recomendação do uso do parafuso unicortical na prática clínica.
Foram utilizados 42 modelos ósseos de rádio esquerdo quarta geração (Sawbones™; Pacific Laboratories Inc., Vashon, WA; model # 3407). Cada modelo recebeu uma placa Matrix da Stryker™ e sete parafusos. Foram divididos em 6 grupos com 7 modelos em cada. Na parte distal da placa, em três grupos foram utilizados parafusos bicorticais e nos outros três grupos parafusos unicorticais com 75 % do comprimento. Cada grupo foi submetido a um tipo de ensaio mecânico: compressão axial, flexão dorsal e flexão volar, respectivamente. Foram determinadas a rigidez e a deflexão sobre cargas fisiológicas antes e após um carregamento cíclico que simulou o período de consolidação da fratura, e depois os ensaios foram completados até a falência.
Os resultados comparativos entre os tipos de montagens no primeiro ensaio estático, no segundo ensaio estático e na falência, demonstraram, de um modo geral, um comportamento bastante semelhante entre as duas, havendo apenas uma rigidez maior na montagem bicortical no primeiro ensaio estático, antes do carregamento cíclico, mas que se mostrou semelhante no segundo ensaio estático após o mesmo. O carregamento cíclico, realizado entre o primeiro e o segundo ensaios estáticos, para reproduzir as cargas aplicadas no rádio durante o período de consolidação da fratura, fez com que os modelos se comportassem de forma semelhante no segundo ensaio estático.
Foram escolhidos modelo de osso próprio para ensaio biomecânico e modelo de fratura instável. Cada modelo foi submetido a um único tipo de ensaio para que nã alterasse o resultado no ensaio subsequente.
O parafuso unicortical com comprimento de pelo menos 75% tem propriedades mecânicas semelhantes as do parafuso bicortical nas montagens da placa volar bloqueada do rádio distal e tem o seu uso recomendado com o objetivo de evitar lesão dos tendões extensores.
fratura do rádio distal, biomecânica, tendões extensores.
EXPERIMENTAL
USP/FMRP - São Paulo - Brasil
ANTONIO TUFI NEDER FILHO, NILTON MAZZER, ANA PAULA MACEDO, LEONARDO RIGOBELLO BATAGLION, ANTONIO CARLOS SHIMANO