GRÁCIL FUNCIONAL PARA FLEXORES DOS DEDOS-CASOS CLÍNICOS
Desde a primeira descrição em 1978 de Manktelow e McKee da transferência funcional para flexores dedos em um caso de contratura isquêmica de Volkmann com inserção do músculo grácil no epicôndilo medial e Ikuta et al em 1979 do grácil para flexão do cotovelo em um paciente com lesão traumática tardia de plexo braquial. Porém, esta técnica ficou abandonada pois considerava-se necessário sensibilidade protetora da mão e presença de amplitude de movimento passiva, a qual, em muitos casos de sequelas de lesões de plexo braquial apresentam-se com limitação severa de movimento dos dedos. Com o aumento de casos de retalhos microcirúrgicos na década de 90, incluindo a transferência de músculo funcional , Julia Terzis e Kostopoulos em 2009, publicam um artigo com 74 casos de transferência de músculo funcional,em 26 anos de experiência, com descrição de 41 casos para flexores dedos dedos. Porém, em literatura, ainda existe pouca descrição de transferência de grácil funcional para flexores de dedos.
Objetivo deste estudo, relatar três casos de transferência de grácil funcional para flexores de dedos, realizado pelo autor, descrevendo dificuldades técnicas e resultados.
Caso clínico 1: sexo masculino, 41 anos, vítima de lesão por descarga elétrica em dezembro de 2010, submetido em 2011 à retalho SCIP para correção de contratura do punho e tenolise flexores. Submetido em 2012 à grácil livre funcional para flexores de dedos com neurotização com ramo motor do pronador redondo.
Caso clínico 2: sexo masculino, 38 anos, lesão completa de plexo braquial, submetido em 2011 à grácil livre funcional para flexão do cotovelo e em 2013 à grácil livre funcional para flexores de dedos com neurotização com intercostais.
Caso clínico 3: sexo masculino, 17 anos, lesão total de plexo braquial, submetido em outro serviço à enxerto para tronco superior e médio com ausência de recuperação de flexores dedos. Submetido em 2012 à grácil funcional para flexores de dedos.
Nosso serviço: Apresentamos preferencia pelo músculo grácil para transferência funcional, observamos casos com reinervação tardia e utilizamos o estimulador de nervos para escolha do nervo doardor.
CASO CLÍNICO
UNIVERSIDADE DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil
RAQUEL BERNARDELLI IAMAGUCHI, GUSTAVO BERSANI SILVA, ALVARO BAIK CHO, TENG HSIANG WEI, MARCELO ROSA REZENDE, RAMES MATTAR JR