VERSATILIDADE DO RETALHO SURAL: REVISAO DE 23 CASOS
A reparação das perdas de substâncias na perna, tornozelo e pé é um desafio para os cirurgiões e para tal o retalho fasciocutâneo sural de fluxo reverso aparece como uma alternativa viável e segura para a cobertura cutânea de perdas substâncias ou complicações dos traumas nestas regiões.
Tem como objetivo avaliar os resultados e mostrar a versatilidade do retalho sural de fluxo reverso que foi utilizado para cobertura cutânea no terço médio e distal da perna, tornozelo, calcâneo e dorso do retropé
Neste trabalho foram avaliados os resultados obtidos em 23 de 26 retalhos surais de fluxo reverso realizados entre janeiro de 2014 e julho de 2017 com o objetivo de cobertura de perdas cutâneas localizadas nas referidas regiões e decorrente de traumas e suas complicações. Os casos foram avaliados quanto a sobrevivência dos retalhos, versatilidade em relação as áreas de cobertura e complicações.
Todos os retalhos sobreviveram, foi utilizado o retalho para cobertura de defeitos no terço médio e distal da perna, tornozelo e retropé; quanto às complicações as mais frequentes foram necrose parcial do retalho e deiscência de sutura.
Ante a sabida dificuldade para repação das perdas de substância cutânea no terço médio e distal da perna, tornozelo e retro pé, vários procedimentos foram propostos e quando as feridas apresentam dimensões maiores os retalhos mais utilizados tem sido o retalho livre que, embora efetivo para cobertura, exige técnica cirúrgica mais elaborada, longo tempo de duração, maior custo financeiro que o retalho fasciocutâneo sural de fluxo retrogrado que é a segunda opção de retalho para cobertura ou reparação cutânea das áreas mencionadas.Na nossa prática temos utilizado este retalho também para cobertura das perdas situadas no terço médio da perna e isto é feito sustentado no arco de rotação do pedículo. Na sua descrição inicial Masquelet usou o retalho para cobertura das perdas na região do joelho e posteriormente foi popularizado para as coberturas distais da perna, tornozelo e retropé. Verifica-se que realmente este é um retalho versátil que permite cobertura não só das áreas comumente descritas, mas também perdas situadas no terço médio e parte distal do pé ou antepé, desde que seja extendido o retalho até proximo da região poplítea como proposto Bhat
Baseado em nossos resultados, concluímos que o retalho sural é seguro, viável e apresenta-se como uma boa opção de tratamento para a cobertura de lesões do terço médio e distal da perna, tornozelo e pé.
Retalho sural, lesão de partes moles, perda de substância cutânea
CLÍNICO
Complexo Hospitalar Hospital São Francisco de Assis - Minas Gerais - Brasil
Afrânio Donato de Freitas, Paula Vilaça Ribeiro Cançado, Arlindo Gomes Pardini, Bruno Kaelher de Albuquerque Maranhão