PROPOSTA DE ESTABILIZAÇAO BIOLOGICA EM ARTRODESES DO PUNHO
Apesar do avanço tecnológico significativo na manufatura de próteses do punho, continua-se a observar uma grande profusão de trabalhos científicos que comparam inúmeras técnicas cirúrgicas de artrodeses entre si, e suas indicações em detrimento às artroplastias e vice-versa. Trata-se de um tema exaustivamente debatido, mas que conserva uma grande importância clínica, dando margem a inúmeras considerações.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma técnica cirúrgica menos agressiva, econômica, biológica e perfeitamente utilizável em punhos osteopênicos, utilizando síntese mínima quando necessária.
Entre 2011 e 2017, foram operados 20 pacientes, 7 mulheres e 13 homens, com idades que variaram de 39 a 64 anos. 5 mulheres eram portadoras de artrite reumatóide, e duas apresentavam artrose e instabilidade da articulação radioulnar distal. Dos 13 homens acometidos, 2 apresentavam sequela de doença de Kienböck, 1 artrose da articulação radiocarpica, 3 eram portadores de instabilidade rotatória escafolunar e 7 artrose e instabilidade da ARUD. Todos foram submetidos à artrodese radio cárpica, radioulnar distal e intercarpal. A técnica básica consistiu em bloquear a articulação com fios de Kirschner, perfuração obliqua da superfície articular, e introdução de um cilindro de osso córtico-esponjoso sem decorticar ou expor osso subcondral. Nas artrodeses radiocarpicas, utilizou-se um segmento da ulna distal obtida pós procedimento de Darrach; nas artrodeses de Sauvé-Kapandji e nas intercarpais foram utilizados cilindros obtidos da ostectomia da ulna e do ilíaco.
Todas as artrodeses consolidaram num período que variou de 30 a 60 dias, com média de 45 dias. O follow-up variou de 8 a 68 meses, com média de 39 meses. O objetivo maior de estabilizar a articulação e controlar o quadro álgico foi obtido.
A artrodese tem figurado como um método seguro na obtenção da estabilização e da dor em pacientes com transtorno no punho. Complicações como pseudartrose, a falha do material de síntese e a infecção podem ocorrer. O enxerto de osso córtico-esponjoso de forma cilíndrica, apresentou uma resistência intrínseca que dispensou o uso de material de síntese complexo e minimizou sobremaneira a dissecção de partes moles, minimizando as complicações.
A técnica proposta tem indicação em casos em que não se prever obtenção de sucesso da osteossíntese em detrimento da qualidade do osso tornando conveniente à associação de um enxerto que promova estabilidade à construção da artrodese.
Artrodese biológica. Punho. Estabilização.
CLÍNICO
Hospital Geraldo Estado - Alagoas - Brasil
Niceas da Silva Gusmão Filho, Givaldo Trindade Rios, Samuel de Oliveira Ribeiro, Gudson Gleyton Queiros de Sousa