A IMPORTANCIA DA AVALIAÇAO DE UMA COMPRESSAO PROXIMAL NA PERSISTENCIA DE SINTOMAS PERIFERICOS NO POS OPERATORIO DE DESCOMPRESSAO DO TUNEL DO CARPO
DESCRIÇÃO: Paciente do sexo feminino, 56 anos de idade, assistente social com artrite reumatóide (AR) e diagnóstico clínico de Síndrome do Túnel do Carpo Bilateral (STC), relatou história de queda da própria altura sobre o ombro direito há cerca de 6 anos, com sinais persistentes de limitação da amplitude de movimento e dor nos planos de elevação dos ombros. Após recomendação médica, foi submetida à cirurgia artroscópica do manguito rotador (ruptura parcial do supraespinal). O paciente foi encaminhado para fisioterapia após 6 semanas de pós-operatório. Após a avaliação física verificou-se rigidez significativa e queixas de dor na cervical (sem história de trauma direto), parestesia no membro superior no território dos dermátomos C5 e C6, mão fria e sensação de peso. Ele apresentou testes negativos para Phalen e Durkan (indicadores STC). Por outro lado, o paciente foi positivo para o teste de radiculopatia (teste de Spurling) e testes de Ross, Wright e Adison (indicadores de síndrome do desfiladeiro torácico [SDT]). Como o paciente tem diagnóstico de AR, uma possível conexão com dor facetaria irradiada da cervical e de compressão no plexo braquial ao nível do desfiladeiro foi levantada, e as radiografias foram solicitadas a investigar principalmente: (1) instabilidade articular atlanto-axial; (2) sinais de radiculopatia, o que poderia explicar a distribuição dos sintomas periféricos em C5 e C6. O exame surpreendeu com os seguintes achados radiológicos: costelas cervicais bilaterais ao nível C7; processos transversais alongados; forames intervertebrais com delimitações indeterminadas; presença de osteófitos e diminuição dos espaços intervertebrais. Costelas cervicais (CC) são costelas supranumerárias que surgem na sétima vértebra cervical. A principal relação dos sintomas permanentes no pós cirúrgico de compressões periféricas, é que com a presença de CC, pode haver a diminuição no espaço no triangulo dos escalenos a nível do desfiladeiro torácico, podendo haver uma compressão vascular e/ou neural a nível do plexo braquial. Em uma metanálise, constatou-se que as CC foram prevalentes em cerca de 29,5% do indivíduo com diagnóstico de SDT e 1,1% de saudável (sem sintomas) (Tomaszewski KA et al., 2017). Diante desses achados, unificando a avaliação física e os achados radiológicos, foi alterado a direção do tratamento visando abordagens proximais (cervical e SDT) e o paciente, progressivamente, reduziu os sintomas consideravelmente retomando sua funçāo.
CASO CLÍNICO
Hospital Geral do Estado de Alagoas - Alagoas - Brasil, University of Miami - - United States
Danylo Lucio Ferreira Cabral, Gudson Queirós de Souza , Samuel de Oliveira Ribeiro, Givaldo Trindade Rios, Niceas da Silva Gusmão Filho