Estudo experimental comparativo entre enxerto de nervo convencional e enxerto de nervo preservado a frio
A busca por técnicas de utilização de nervos preservados em baixas temperaturas pode representar um avanço inestimável no campo da reparação de lesões nervosas
Realizar avaliações funcionais, eletrofisiológicas e histomorfométricas que permitam comparar a regeneração nervosa autógena em enxerto convencional versus enxerto preservado a frio, em modelo experimental de ratos, após denervação a fresco ou conservação de um segmento do nervo em baixa temperatura por 14 dias e por 50 dias.
Foram utilizados 20 ratos Wistar, divididos em 4 grupos. Os grupos 1 e 3 utilizaram enxertia de nervo convencional por 14 dias e por 50 dias, enquanto os grupos 2 e 4 utilizaram enxertia de nervo preservado a 4º C em solução Celsior® por 14 ou 50 dias. As análises funcionais da marcha usaram um aparelho denominado catWalk®. As análises de potenciais evocados motores analisaram a latência e a amplitude do estímulo nervoso. As análises microscópicas observaram a contagem de axônios mielinizados e a área destas fibras nervosas nas regiões proximal e distal aos reparos
A enxertia com nervo preservado a frio por 14 dias apresentou resultado funcional semelhante ao seu grupo controle na análise da área máxima de contato em todas as avaliações, sendo inferior nas primeiras análises em relação à pressão máxima de contato, com equiparação das medidas aos 60 dias. Já a conservação do enxerto a frio por 50 dias resultou em superioridade funcional em todos as avaliações em relação a seu grupo controle. Os estudos eletrofisiológicos mostraram cada grupo de enxertia preservada a frio com resultados similares a seu grupo controle. As análises histomorfométricas resultaram em índices de regeneração e de mudança de área semelhantes na comparação entre os grupos
Nas análises funcionais não houve diferença significante entre os grupos 1 e 2. Já a comparação entre os grupos 2 e 4 mostrou que o grupo 4 foi superior ao grupo 2, provando os efeitos favoráveis da baixa temperatura. Nas avaliações eletrofisiológicas e histomorfométricas, cada grupo apresentou resultado semelhante ao seu controle, mostrando que não houve interferência do resfriamento
A conservação a frio do enxerto de nervo durante 14 dias e durante 50 dias apresentou resultados funcionais, eletrofisiológicos e histológicos da regeneração iguais ou superiores aos enxertos convencionais
Nervo Ciático/transplante; Ratos Wistar; Criopreservação
EXPERIMENTAL
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
ISANIO VASCONCELOS MESQUITA, RAMES MATTAR JÚNIOR, MARCELO ROSA DE REZENDE, ALEXANDRE LEITE RODRIGUES DE OLIVEIRA, GUSTAVO FERREIRA SIMÕES, RICARDO JOSÉ RODRIGUES FERREIRA