Dados do Trabalho


Título

Apresentação incomum da Síndrome do roubo de fluxo após fistula artério venosa

Introdução

A doença renal crônica (DRC) possui forte impacto econômico e social aos pacientes atendidos pelo sistema de saúde no Brasil. Os portadores de DRC tratados pelos métodos dialíticos, 89,6% são submetidos à hemodiálise. Para esta finalidade realiza-se uma fístula arteriovenosa (FAV).
O seguinte trabalho visa relatar o caso de uma complicação relativamente rara, mas potencialmente grave da FAV, a síndrome do roubo, a qual se manifesta clinicamente em menos de 10% dos casos.

Material e Método

Paciente L.H.N, masculino, 31 anos, pardo, solteiro, atendente, natural e procedente de Manaus, renal crônico, dialítico há 10 anos com FAV em MSD há 1 ano e 4 meses para TRS HD. Há 3 meses, surgimento de lesão dolorosa e pruriginosa. Ao exame dermatológico, apresentava úlcera cor de pele com fundo limpo, bordas endurecidas, não solapadas, de aproximadamente 1,5 x 1,5 cm em dorso de mão direita. Nega lesão cutânea prévia e viagens para áreas endêmicas de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). Optado por pesquisa etiológica, realizado exame direto para LTA com resultado negativo e biópsia incisional da lesão obtendo-se 03 fragmentos: o primeiro para histopatológico, o segundo para cultura e PCR em SF 0,9% e o terceiro para pesquisa de M. tuberculosis com PCR em tempo real.
Durante acompanhamento, evoluindo com dor tipo ferroada, excruciante, sem irradiação e limitação funcional de terceiro e quinto quirodáctilos à direita. Ao exame físico, exposição de tendão e músculo com fundo limpo. Teste molecular, baciloscopia direta e pós concentração, negativos para M. tuberculosis. A cultura para micobactérias também negativa.

Resultados

A histopatologia mostrou cortes de pele com hiperceratose, paraceratose focal e hiperplasia pseudoepiteliomatosa, tecidos de granulação em toda derme e hipoderme, caracterizando proliferação de vasos e hiperplasia.

Discussão e Conclusões

Em países desenvolvidos, a prevalência de de doença renal crônica é de aproximadamente 10-13% na população adulta. No Brasil, apesar de dados incertos, estima-se que há mais de 77.500 pacientes em diálise. Sempre há necessidade de um acesso vascular funcional, sendo a FAV, a melhor opção por menor risco de complicações e longevidade da mesma. As complicações mais comuns são: trombose, infecção e pseudoaneurisma. Nos deparamos neste caso, com a Síndrome do Roubo de Fluxo. A mesma acontece em 1-8% dos casos sendo a clínica, base para o diagnóstico. Há várias técnicas descritas para a correção da patologia. No presente caso , resolução com desligamento FAV

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Diálise, Fístula arteriovenosa, Úlcera cutânea

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

uea - Amazonas - Brasil

Autores

juliana costa matos, mariana santiago bernardes, Gabriel Rebello Penninni, ana matilde menezes melik Schramm, karla Cristina Petruccelli