Dados do Trabalho


Título

PERSPECTIVA DO PACIENTE RENAL CRONICO EM HEMODIALISE SOBRE SEU CUIDADOR

Introdução

O tratamento hemodialítico muda toda a dinâmica de vida dos doentes e familiares envolvidos. As limitações e dependência do indivíduo doente determinam a necessidade de assistência e cuidado. Identificar quem é o cuidador e compreender as relações estabelecidas entre o paciente renal crônico e seu cuidador.

Material e Método

Foram entrevistados 24 pacientes com insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise. Este é um projeto de estudo qualitativo realizado por meio de entrevista semi-dirigida, apresentado e aprovado pelo Comitê de Ética. Todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Resultados

Um perfil geral dos pacientes entrevistados foi traçado com as seguintes características: gênero masculino (54,2%), etnia branca (50%), entre 50-69 anos de idade, casado (58,3%), aposentado (62,5%) e em hemodiálise a mais de um ano. É um paciente com pouca dificuldade de locomoção (66,7%) e autossuficiente para atividades diárias (70,8%). Acredita que cuidar é providenciar os cuidados como higiene, alimentação e controle da medicação e, também, oferecer amor e carinho, preocupar-se e estar junto em todos os momentos. Para desempenhar o cuidado o paciente diz ser preciso ter as seguintes habilidades: paciência, amor, carinho e atenção. Experiência de vida, cursos, saúde e boa vontade também são necessários para que tais habilidades de desenvolvam. Porém, o paciente não vê necessidade de que sua cuidadora participe de terapia ou grupos de apoio que auxiliariam no cuidado (61,1%). Sob a ótica do paciente o perfil geral dos cuidadores caracterizou-se como indivíduo do gênero feminino (66,7%), entre 30-69 anos, esposa do paciente (61,1%), cuida do paciente a mais de cinco anos. Cuidar do paciente é uma tarefa que a deixa sobrecarregada e estressada/ansiosa (55,6% e 44,4% de notas acima de 7 em escala de 0-10, respectivamente).

Discussão e Conclusões

Concluiu-se que a construção da relação entre o binômio não passa por um processo de educação sobre a doença, manejo adequado com a saúde, tampouco há capacitação para prover o cuidado e o próprio paciente não enxerga a necessidade disso, podendo acarretar problemas de saúde e emocionais ao cuidador, inclusive abandono do emprego ou da vida social. Frente aos perfis do paciente e do cuidador, as equipes de saúde, assim como políticas públicas de saúde, poderiam suprir a necessidade do preparo do cuidador ao incluí-lo no planejamento terapêutico do paciente.

Palavras Chave

insuficiência renal crônica; qualidade de vida; cuidador.

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

PUC SP - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriela Antoni Fracasso, Ricardo Augusto Miranda Cadaval, Ana Laura Schliemann, Marcela Cristina Enes