Dados do Trabalho
Título
INCIDENCIA DE INFECÇAO DE CORRENTE SANGUINEA APOS PASSAGEM DE CATETER DE LONGA PERMANENCIA TUNELIZADO POR CIRURGIOES VASCULARES E NEFROLOGISTAS EM PACIENTES DA HEMODIALISE.
Introdução
A realização de Hemodialise(HD) depende de um acesso vascular que proporcione fluxo sanguíneo adequado, longa durabilidade e baixa taxa de complicações. Os cateteres venosos centrais são uma modalidade de acesso para HD, garantindo a sua realização em pacientes com Lesão Renal Aguda(LRA) e portadores de Doença Renal Crônica(DRC) que aguardam confecção ou maturação de acesso definitivo. As complicações tardias são: estenose venosa, trombose do cateter, trombose venosa e infecção de corrente sanguínea (ICS), sendo essa a mais frequente.
As ICS representam uma das principais complicações da HD, especialmente pela frequência do manuseio do acesso durante as sessões e sua localização. A dificuldade dos pacientes em obter através da saúde pública consultas com o cirurgião vascular, e os exames necessários para a confecção do acesso definitivo tem contribuído para o uso prolongado de cateter e suas complicações.
Material e Método
Análise retrospectiva dos dados de ICS relacionados a cateter tunelizado do setor de HD. Avaliação da distribuição das amostras por Shapiro-Wilk e análise das médias por teste t de Student.
Resultados
A distribuição das ICS de janeiro de 2015 a dezembro de 2018 indica tendência a redução dos valores. As médias das bacteremias por 100 pacientes/mês agrupando os anos de 2015+2016 e 2017+2018 foi de 15,8±8,04 e 9,4±6,03 (P = 0,003). Não houve alteração na distribuição dos microrganismos, entre Gram negativos e positivos, nos anos de 2015+2016 e 2017+2018.
Discussão e Conclusões
O presente trabalho investigou a frequência de ICS após passagem de cateter tunelizado por cirurgiões vasculares e nefrologistas em pacientes da HD. A frequência de ICS nos pacientes em HD foi menor a partir de 2017, em que a equipe da nefrologia passava o cateter, do que no período anterior pela equipe da cirurgia vascular. O implante de cateteres de longa permanência por nefrologistas foi a única intervenção no período e se associou a redução das taxas de ICS em unidade de HD que atende pacientes com DRC e LRA das mais variadas etiologias.
Observamos menor ocorrência de disfunção dos cateteres após o início das técnicas de nefrologia intervencionista. É possível que a menor necessidade de manipulação dos cateteres tenha determinado a redução da taxa de ICS.
Conclusão:
A presença do nefrologista intervencionista na no setor de HD traz inúmeros benefícios para estes pacientes, dentre eles menores taxas de disfunção de acesso, trocas de cateter, e por fim menores taxas de infecção associada ao cateter de HD.
Palavras Chave
Hemodiálise; Cateter; Nefropatia
Área
Doença Renal Crônica
Instituições
IAMSPE - São Paulo - Brasil, Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil
Autores
Muna Badaoui, Aline Rodrigues Assis, Sandra Maria Rodrigues Laranja, Benedito Jorge Pereira, Eduardo Pogetti Badaoui, Mauro S M Marrocos