Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO ARTERIAL RESISTENTE: PREVALENCIA E FATORES ASSOCIADOS

Introdução

Uma das principais causas de doença cardiovascular, a Hipertensão Arterial Sistêmica acomete cerca de 36 milhões de brasileiros. Hipertensão Arterial Resistente (HAR) é definida como pressão arterial (PA) aferida em consultório, não controlada, em pacientes em uso de doses otimizadas de três ou mais anti-hipertensivos orais, incluindo um diurético. Pacientes em uso de 4 ou mais drogas anti-hipertensivas, mesmo com PA controlada, também são incluídos nesta definição. Estudos sugerem que cerca de 12% dos hipertensos apresentam HAR. Para o diagnóstico de HAR verdadeira deve-se excluir o Efeito do Avental Branco (EAB) e garantir a adesão do paciente à terapia anti-hipertensiva. A presença de uma dessas condições define pseudorresistência ou HAR aparente. Considerando que pacientes portadores de HAR têm maior risco de lesão precoce de órgãos-alvo e eventos cardiovasculares, quando comparados aos hipertensos controlados, este estudo visa contribuir para a prevenção desses desfechos, identificando a prevalência de HAR nesta população e fatores associados a esta condição.

Material e Método

Estudo observacional, de corte transversal, utilizando amostra de conveniência com inclusão sistemática de pacientes hipertensos acompanhados no ambulatório de clínica médica da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, acompanhados no período de março a dezembro de 2014. Pacientes que apresentavam ausência de dados de prontuários acerca do tipo e quantidade de drogas anti-hipertensivas utilizadas, do controle da pressão arterial, da aderência ao tratamento medicamentoso e da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) foram excluídos. Para avaliar a adesão terapêutica foi utilizado o Miniteste de Morisky-Green. Foram incluídas variáveis sociodemográficas, clínicas e laboratoriais para buscar possíveis fatores associados a HAR.

Resultados

Foram incluídos 104 pacientes na análise. A tabela 1 evidencia as características sociodemográficas da amostra. Destes, 13 (12,5%) apresentavam critérios para HAR verdadeira. A partir dos resultados, sugere-se que o uso de betabloqueador como quarta droga está associado a maior risco de HAR aparente. As principais variáveis analisadas estão incluídas na tabela 2.

Discussão e Conclusões

A prevalência de HAR em pacientes hipertensos neste estudo condiz com os dados da literatura, sendo de 12,5%. O uso de betabloqueador como quarta droga parece estar associado a maior risco de HAR aparente.

Palavras Chave

Hipertensão, Hipertensão Arterial Resistente, Pseudorresistência, Fatores de Risco

Área

Hipertensão

Instituições

ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA - Bahia - Brasil, GRUPO CSB - Bahia - Brasil

Autores

ANA FLAVIA DE SOUZA MOURA, JOSE A MOURA-NETO, MARIANA OLIVEIRA MIRANDA, JOSE ANDRADE MOURA JR, CONSTANÇA MARGARIDA SAMPAIO CRUZ