Dados do Trabalho
Título
O USO DO FLT-1 PARA O DIAGNOSTICO DE PRE-ECLAMPSIA EM TRANSPLANTADA RENAL - RELATO DE CASO
Introdução
A reversão da disfunção gonadal após transplante renal promove retorno a fertilidade. No entanto, esta população apresenta alto risco de complicações gestacionais, proporcionando diagnósticos desafiadores
Material e Método
Relatamos o caso de uma transplantada renal com internação na unidade de transplante de orgaos de unidade universitário
Resultados
Paciente de 28 anos com doença renal estágio terminal de etiologia indeterminada, com transplante renal há 5 anos, apresenta a partir da 22ª semana da gestação, progressivo descontrole pressórico , proteinúria (10g/L) e piora de função renal (creatinina basal de 1,5mg/ml com elevação a 2,68mg/ml). Durante investigação, foram descartados processo infeccioso e alteração vascular do enxerto. A biópsia do enxerto não foi realizada devido dificuldade técnica relacionada ao útero gravídico. Dessa forma, foi optado por dosagem da relação dos biomarcadores Sflt-1 (biomarcadores tirosina quinase fms1) X PIGF (Placental Grow Factor) que apresentou valores aumentados, sugestivos de pré-eclampsia (PE). Devido sofrimento fetal, foi indicada resolução da gestação na 28º semana, com posterior progressiva melhora da função renal.
Discussão e Conclusões
O diagnóstico de PE é definido por pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140mmHg ou pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmhg ou descontrole pressórico em pacientes previamente hipertensas, associado a proteinúria maior que 0,3g/24h ou relação proteína/creatinina urinárias maior que 0,3mg/g. Torna-se desafiador em pacientes com nefropatia prévia e, como neste caso, em pacientes transplantadas renal devido a dúvida diagnóstica entre ocorrência de PE ou recidiva de glomerulopatia de base. A isquemia placentária decorrente da PE promove a liberação do SFlt-1 (anti-angiogênico) que se liga ao PlGF (pró-angiogênico) e neutraliza seus efeitos, levando a disfunção endotelial generalizada. A relação SFlt-1/PlGF > 85 (< 34semanas) e > 110 (≥ 34 semanas) está associada a PE e pode guiar a conduta obstétrica visando o melhor desfecho materno-fetal. No caso apresentado, esses valores mostraram-se confiáveis para predizer o desfecho mesmo em paciente transplantadas com sucesso, possibilitando por vezes, prescindir de procedimentos invasivos, como a biópsia renal, que pode ser tecnicamente difícil neste contexto.
Palavras Chave
pré-eclampsia , transplante renal, Flt1 , lesão renal aguda
Área
Transplante
Instituições
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA - EPM - São Paulo - Brasil
Autores
Davi Rettori Pardo dos Santos, Cristina do Amaral Gazeta, Fernanda Badiani Roberto, Diego Ennes Gonzalez , Maria Eduarda Vilanova da costa Pereira, Maria Amelia Aguiar Hazin