Dados do Trabalho
Título
PREVALÊNCIA DE MIELOMA MÚLTIPLO EM UMA CLINICA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA
Introdução
Mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna progressiva das células B, rara, cujas consequências fisiopatológicas de seu avanço incluem: destruição óssea, falência renal, supressão da hematopoese e maior risco de infecções. A insuficiência renal é uma complicação freqüente do mieloma múltiplo, que pode atingir até 50% dos casos durante a evolução da doença. A presença de alteração da função renal ao diagnóstico está relacionada a grande carga tumoral, com a maioria desses pacientes em estádio avançado de doença. Contudo, pacientes já em terapia renal substitutiva (TRS), com etiologia diversificada da nefropatia, também podem evoluir com a doença.
Material e Método
Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência do mieloma múltiplo em uma unidade de terapia renal substitutiva. Para isso, realizamos um seguimento longitudinal de todos os pacientes em hemodiálise e diálise peritoneal no período de três anos. Foi avaliada provável etiologia da doença renal crônica (com e sem biópsia renal) e comorbidades associadas.
Resultados
Foram avaliados 504 pacientes no período, sendo encontrados oito casos de mieloma múltiplo. Destes, sete foram diagnosticados antes do início da TRS. Porém, apenas três foram associados como etiologia da doença renal. Contudo, apesar do tratamento proposto, todos mantiveram a doença renal crônica, mesmo com o controle do MM. Após início da TRS, o diagnóstico de MM foi realizado em apenas um caso, não estando implicado na doença renal diretamente (paciente apresentava biópsia renal com nefroesclerose hipertensiva). Em relação a fatores de risco, nenhum tinha antecedente familiar positivo, 87,5% eram homens (todos brancos) e 62,5% com idade acima de 60 anos. O sintoma que deu início à investigação diagnóstica foi hematúria macroscópica em 12% e lombalgia em 50% dos casos. Em apenas um caso houve critério para transplante autogênico de células-tronco periféricas, com cura do mieloma múltiplo, mas manutenção da insuficiência renal, permanecendo o paciente em hemodiálise.
Discussão e Conclusões
Os sintomas apresentados pelos pacientes podem ser inespecíficos e se confundirem com complicações da doença renal crônica, como: dor óssea, fraturas, hipercalcemia, síndrome da hiperviscosidade sangüínea e anemia. Entretanto, alguns pacientes podem ser assintomáticos. Deve-se então estar atento a essa possibilidade, para um diagnóstico mais rápido, a fim de proporcionar o início do tratamento rápido, melhorando o prognóstico do paciente.
Palavras Chave
Doença renal crônica, mieloma múltiplo, hemodiálise
Área
Doença Renal Crônica
Instituições
Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Autores
JOÃO VICTOR BRAZAO DUARTE, Camila Nascimento Guimarães, Júlia Pentagna Pereira Silva, Gabrielle Lima Alves Reis, Vanessa Ciccilini Guerra Mochiuti