Dados do Trabalho


Título

ESQUISTOSSOMOSE E GLOMERULONEFRITE MEMBRANOPROLIFERATIVA POR IMUNOCOMPLEXOS – RELATO DE CASO

Introdução

A Esquistossomose é uma enfermidade parasitária produzida por trematódeos do gênero Schistosoma, sendo S. Haematobium, S. mansoni, S. intercalatum, S. Japonicum e S. mekongi os principais agentes etiológicos. No Brasil 25 milhões de pessoas estão expostas a esses agentes.
A glomerulopatia associada à esquistossomose possui uma incidência global de 5%, em indivíduos com a forma hepatoesplênica este número chega a 15%. A síndrome nefrótica é a apresentação clinica mais comum. Histologicamente costuma se apresentar como glomerulonefrite membranoproliferativa tipo I (GNMP I), ou glomerulonefrite proliferativa mesangial (GNPM), sendo esta forma predominante.O diagnóstico e tratamento da Glomerulonefrite Esquistossomótica(GE) continua um desafio.

Material e Método

Relato de caso de homem, pardo, 52 anos, natural de Morro do Chapéu -BA, procedente de São Caetano -SP, portador de Esquistossomose Hepatoesplênica e GE.

Resultados

Homem, sexo masculino, 52 anos, portador de Hipotireoidismo, em investigação para Cirrose e Síndrome Nefrótica, com Proteinúria 24h (vol.1569ml): 5,26g/24h, Albumina: 1,86g/dL, Creatinina sérica(CR): 1,86mg/dL, Colesterol Total: 254mg/dL, LDL: 175mg/dL, Triglicérides: 142mg/dL, C3: 48mg/dL, C4: 20mg/dL, Schistosoma anticorpos IgG: 50 NTU. Biopsia Renal: 27 glomérulos, 1 globalmente esclerosado, os demais com hipercelularidade mesangial e duplicação da membrana basal. Imunofluorescência com depósitos granulares de IgM(traços) e C3(+) em alças capilares. Durante investigação evoluiu com piora em 1 ano e 6 meses da Proteinúria: 20g/24h e CR: 2,9mg/dL. Iniciado Hemodiálise (HD), prescrito tratamento com Praziquantel e antiproteinúrico, não apresentou melhora da função renal e permanece em HD aguardando Transplante Duplo.

Discussão e Conclusões

A apresentação histológica do caso de GNMP I, é compatível com os achados anatomopatológicos mais esperados para Schitosoma, cerca de 15% dos casos, sendo que a presença de IgG ocorre em 85% dos casos, enquanto C3 em 75%, podendo ser classificado em (GE) classe III de Barsoum. No caso descrito não há deposito de IgA, presente em grande parte dos casos reportados. Segundo Barsoum et al, a presença de IgA pode equivaler a um mediador tardio de lesão. A progressão da Doença Renal Crônica(DRC) é habitual apesar do uso de antiparasitário, a terapia com antiproteinúricos pode retardar o processo.
Conclusão:
Pacientes portadores de GE, apresentam baixa resposta ao tratamento com antiparasitário, por vezes o uso de antiproteinúricos podem retardar a progressão da DRC.

Palavras Chave

Schistosoma mansoni, glomerulonefrite mebranoproliferativa, síndrome nefrótica

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - São Paulo - Brasil, Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Muna Badaoui, Deiwet Ribeiro Silva, Mariana Cunha Carlini, Carla Previtalli Pimentel, Laura Kelementi Biondi , Olívia Mariana Zandonaid Oliveira , Adriana Peixoto Gelmetti Barros