Dados do Trabalho


Título

SINDROME METABOLICA E O RISCO CARDIOVASCULAR DE NEFROPATAS CRONICOS COM DEFICIENCIA DE TESTOSTERONA

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC) está relacionada a fatores de risco cardiovascular (RCV), como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HAS), obesidade e dislipidemia, que são critérios definidores de Síndrome Metabólica (SM). A deficiência de testosterona (DT) é comum na DRC e associada a SM agrava o risco de cardiopatias.

Material e Método

Estudo de coorte histórica, com coleta de dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de prontuários médicos, referentes a primeira e última consulta ambulatorial de pacientes com DRC não dialítica (estágio 3 a 5), entre 2002 e 2015. Hipogonadismo avaliado pela testosterona total e livre, SM por critérios de diretrizes clínicas e RCV pelo Escore de Framingham. Significativo se p<0,05.

Resultados

Incluiu-se 300 pacientes masculinos, 62±10 anos, brancos (n= 189, 63,0%), com HAS (n=209, 69,7%), dislipidemia (n=225, 75,0%), DM (n=90, 30,0%), obesidade (n= 81, 27,0%), DT (n=175, 58,3%), circunferência abdominal (CA) aumentada (n= 185, 61,7%). Na avaliação inicial os pacientes com DT/SM apresentavam maiores (p<0,001) valores de colesterol total, LDL, triglicérides, ácido úrico e glicemia, com redução dos valores (p<0,0001) após medidas terapêuticas. Menor (p<0,001) função renal nos casos de DT/SM. Maiores (p<0,001) valores de pressão arterial, índice de massa corporal e de CA ao início naqueles com DT/SM, com melhora (p<0,0001) destes parâmetros na última avaliação ambulatorial. Pacientes com DT/SM apresentaram pior (p<0,001) perfil laboratorial e clinico. Maior (p<0,001) escore de Framingham nos pacientes com DT, com incremento naqueles com DT/SM, tanto ao início como ao final do acompanhamento, com risco moderado. Acompanhamento ambulatorial de 7,0±1,5 anos. DT/SM com maior número (p<0,001) de eventos cardiovasculares pela Odds Ratio. Correlação positiva (p<0,0001) entre RCV e DT/SM.

Discussão e Conclusões

Discussão: A associação de DT/SM com DRC é frequente, tendo em vista os fatores de risco verificados nestas doenças, com maior risco e mortalidade cardiovascular. A detecção e o controle destes fatores de risco e da DT/SM, assim como a reposição de testosterona pode ser importante na redução do RCV na DRC.
Conclusão: Pacientes com DRC apresentam DT/SM, com fatores de risco que implicam em maior RCV e de eventos cardiovasculares. As medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, entretanto, os casos com DT/SM mantiveram-se com pior perfil clínico e laboratorial, além de maior RCV.

Palavras Chave

Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Risco Cardiovascular, Testosterona, Síndrome Metabólica.

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

unitau - São Paulo - Brasil

Autores

Stevan Stabelin, Jessica Renata Faria Ramos, Gilson fernades ruivo