Dados do Trabalho


Título

NEFROPATIA ISQUEMICA EM PACIENTE DOADOR DE RIM REVERTIDA APOS TERAPIA ENDOVASCULAR

Introdução

A doença renovascular é causa importante de hipertensão secundária e pode levar a DRC, principalmente quando bilateral ou em pacientes portadores de rim único

Material e Método

Relato de caso atendido em Enfermaria de Nefrologia de um hospital terciário de São Paulo

Resultados

Paciente de 75 anos, masculino, branco, IMC: 23,2 Kg/m2, engenheiro, doador de rim há 19 anos, hipertenso há 11 anos e doença arterial coronariana com infarto agudo do miocárdio e revascularização há 5 anos. Há 4 meses apresentou episódio de náuseas, vômitos, pico hipertensivo (PA: 220x110 mmHg) e, em atendimento hospitalar, foi diagnosticado DRC avançada com urgência dialítica (Ureia: 300 mg/dL, Cr: 15 mg/dL, K: 7,5 mg/dL, Bicarbonato: 17 mg/dL e pH: 7,13). Foi iniciada terapia renal substitutiva (TRS) por meio de hemodiálise e, posteriormente, o paciente foi encaminhado a uma unidade de diálise satélite para continuidade no tratamento dialítico crônico. Nos três meses iniciais de TRS, o paciente mantinha boa diurese residual (≥ 1.000 mL/dia), baixo ganho de peso interdialítico e sem aumento importante de escórias nitrogenadas entre as sessões (creatinina pré-diálise: 3,5 mg/dL e ureia pré-diálise: 100 mg/dL). No entanto, paciente apresentava hipertensão resistente, sem controle adequado (PA pré-diálise > 140/90 mmHg), mesmo em uso de 5 classes de anti-hipertensivos em dose otimizadas (enalapril, anlodipino, carvedilol, hidralazina e furosemida) e peso seco clinicamente ajustado. Na investigação de possíveis causas de hipertensão secundária, foi evidenciado em angiotomografia de artérias renais estenose maior que 70% da artéria renal esquerda, com rim de tamanho e aspecto normal. Optado inicialmente por suspensão do enalapril, porém sem sucesso no que se refere a melhora da função renal. Paciente foi submetido então a angioplastia com implante de stent na artéria renal esquerda, evoluindo já no pós-operatório imediato com PA controlada sem necessidade de hipotensores, sem necessidade de novas sessões de diálise durante toda internação e mesmo após a alta. Nos primeiros 03 meses após a intervenção endovascular, manteve ritmo de filtração glomerular estimado (equação CKD-EPI) em torno de 40 ml/min

Discussão e Conclusões

A doença renovascular de origem aterosclerótica é causa conhecida de DRC e hipertensão arterial resistente. O caso em questão chama atenção para a possibilidade deste tipo de diagnóstico em doadores renais e a da reversão parcial do quadro com o tratamento apropriado, mesmo com comprometimento avançado da função renal

Palavras Chave

estenose de artéria renal; drc; transplante renal

Área

Hipertensão

Instituições

HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL ALENCAR SOARES DE SOUZA, FABIO MORBIN TORRES, FÁBIO DE AZEVEDO REIS, MATEUS JUSTI LUVIZOTTO, FELIPE ALVES PASTE, ANDREA PIO DE ABREU, LUCIANO FERREIRA DRAGER, GIOVANIO VIEIRA DA SILVA