Dados do Trabalho


Título

Caracterização epidemiológica de uma população de indivíduos portadores de Doença Renal Crônica classe funcional 5 em hemodiálise.

Introdução

O crescimento da Obesidade, Hipertensão Arterial (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) tipo 2, colocam a Doença Renal Crônica (DRC) como problema de saúde pública. Observa-se aumento da população em hemodiálise e as melhorias na tecnologia deste tratamento prolongam a expectativa de vida destes indivíduos. O conhecimento das características clínicas, metabólicas e nutricionais destes pacientes é essencial para os profissionais que cuidam deles. Objetivo: Descrever características clínicas, metabólicas e nutricionais de uma população em hemodiálise.

Material e Método

Estudo descritivo transversal em 219 pacientes com DRC estágio 5 em hemodiálise na Santa Casa de Franca. As variáveis foram classificadas em clínicas, metabólicas e nutricionais; as categóricas expressas em frequência e porcentagem e as contínuas em média e desvio padrão. Os testes T-student e Mann-Whitney foram usados para as comparações de médias. Assumiu-se probabilidade de erro tipo 2 de 95%.

Resultados

A idade média foi 56,6 ± 14,9 anos, com predomínio dos homens (64,4%). A doença base predominante foi o DM (37,9%), seguido da HAS (26,9%) e as nefrites (9,6%). A Doença Aterosclerótica manifesta esteve presente em 22,4% dos indivíduos. As médias de colesterol total, LDL e triglicérides foram 164,50 ± 50,26 mg/dl, 92,72 ± 35,57 mg/dl e 134,10 ± 85,44 mg/dl, respectivamente. O IMC médio foi 26,52 ± 5,63 Kg/m² e a circunferência abdominal média 93,68 ± 15,19 cm. A pressão arterial sistólica média foi 132,50 ± 24,80 mmHg e a diastólica 75,15 ± 13,82 mmHg. Estes indivíduos apresentavam ferritina média de 444,70 ± 346,70 mg/dl e índice de Kaupilla 2,77 ± 4,48. O HOMA-IR dos não-diabéticos foi 1,46 ± 1,04. A massa muscular (p=0,01), o fósforo (p=0,02) e PTH (0,01) dos não-diabéticos foram significativamente superiores aos dos diabéticos.

Discussão e Conclusões

Os homens predominaram na população em hemodiálise e o DM foi a principal causa. As dislipidemias não foram frequentes. Os diabéticos em hemodiálise, embora não apresentem LDL colesterol e estado inflamatório, avaliado pela ferritina, diferentes dos não-diabéticos, apresentam-se como pacientes mais graves, desde que mostram um perfil nutricional pior que os não-diabéticos.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Hemodiálise, Epidemiologia da Doença Renal Crônica.

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

SANTA CASA DE FRANCA - São Paulo - Brasil

Autores

ANIETTE RENOM ESPINEIRA, ARELLY BETHANIA FONSECA BARBOSA, ISABELA APARECIDA LOPES ANDRADE, MURILO TUDÉIA SOUSA E SILVA, CÉSAR AUGUSTO ALMEIDA DE CARVALHO