Dados do Trabalho


Título

Perfil lipídico de pacientes portadores de Doença Renal Crônica em hemodiálise: associação com parâmetros nutricionais e de risco cardio-metabólico

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC) é alto risco para aterosclerose, entretanto, poucas evidências norteiam metas de controle de lipídeos nestes indivíduos. O uso de estatinas e fibratos é um desafio pelo maior risco de reações colaterais. Alguns trabalhos mostram paradoxo entre colesterol e sobrevida em diálise pela relação entre lipídeos e estado nutricional. Objetivos: Descrever o perfil lipídico de uma população de indivíduos portadores de DRC estágio 5 em hemodiálise (HD). Analisar a associação entre lipídeos plasmáticos e estado nutricional, inflamação e risco cardiometabólico.

Material e Método

Estudo transversal em 219 pacientes com DRC estágio 5 em HD na Santa Casa de Franca. As variáveis foram classificadas em clínicas, metabólicas e nutricionais; as categóricas expressas em frequência e porcentagem e as contínuas em média e desvio padrão. Os testes T-student e Mann-Whitney usados para as comparações de médias e o coeficiente de Spearman para as correlações. A probabilidade de erro tipo 2 foi 95%.

Resultados

O colesterol total (CT), HDL e triglicérides foram mais elevados nas mulheres que nos homens (173,4±54,7 vs. 164,50±50,3; 53,3±18,6 vs. 48,9±16,0; 148,1±95,0 vs. 119,1±68,9; respectivamente). Os triglicérides foram mais elevados em diabéticos do que em não-diabéticos (140,4±86,5 vs. 113,9±67,0; p=0,01). Doença aterosclerótica conhecida esteve presente em (49) 22,4% dos pacientes, destes apenas a metade usava estatinas 24 (48,9%). Nesta população, 74% apresentavam CT < 190 mg/dL; 75,8% LDL < 70 mg/dL e 70,8% triglicérides menores que 150 mg/dL. O CT correlacionou-se positivamente com a massa gorda e com o HOMA-IR (r=0,27 e r=0,28; respectivamente) e negativamente com a massa magra (r=-0,28). Os triglicérides se correlacionaram positivamente com a gordura corporal, a circunferência abdominal e o HOMA-IR (r=0,29; r=0,28; r=0,38; respectivamente) e negativamente com a massa muscular (r=-0,23). Não houve correlação entre os lipídeos e o índice de calcificação vascular, a ferritina, a albumina sérica e as concentrações plasmáticas de cálcio e fósforo.

Discussão e Conclusões

As dislipidemias não parecem ter elevada prevalência nos pacientes com DRC estágio 5 em HD. As diferenças no perfil lipídico entre homens e mulheres na população geral parecem permanecer nos indivíduos em HD. Os diabéticos em HD têm perfil lipídico pior que os não-diabéticos. O perfil lipídico não parece se correlacionar com inflamação ou estado nutricional nesta população.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Dislipidemias, Perfil lipídico, Hemodiálise

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

SANTA CASA DE FRANCA - São Paulo - Brasil

Autores

ANIETTE RENOM ESPINEIRA, ARELLY BETHANIA FONSECA BARBOSA, ISABELLA APARECIDA LOPES ANDRADE, MURILO TUDÉIA SOUSA E SILVA, CÉSAR AUGUSTO ALMEIDA DE CARVALHO