Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA EM DECORRÊNCIA DE ACESSO CENTRAL EM UMA CLINICA DE HEMODIALISE
Introdução
A cateterização venosa central é opção segura (salvo complicações infreqüentes relacionadas ao procedimento) em pacientes com necessidade de hemodiálise de urgência. A principal preocupação com este acesso é a possibilidade de infecção de corrente sanguínea (ICS). Vários mecanismos têm sido propostos como fonte de microorganismos que levam à colonização do cateter: a pele do paciente ao redor do local da inserção, seguida da colonização da inserção do cateter, colonização do cateter por disseminação hematogênica proveniente de outro local e/ou contaminação do líquido de infusão. Dentre os micro-organismos responsáveis pela infecção da corrente sanguínea nos pacientes em hemodiálise, o Staphylococcus aureus é o mais importante, com grande impacto na morbidade e mortalidade desses pacientes.
Material e Método
Este estudo foi planejado com a finalidade de avaliar a prevalência de ICS entre os pacientes com CVC duplo lúmen em hemodiálise, e para identificar os micro-organismos isolados no sangue desses pacientes. Seus resultados serão importantes para identificação de fatores passíveis de modificação, visando melhora do controle das infecções e de suas potenciais complicações.
Resultados
O estudo incluiu 104 pacientes, seguidos durante o ano de 2018, que necessitaram de implante de CDL, seja por início não planejado de TRS ou perda do acesso anterior. Foram implantados 249 CDL, sendo 226 de curta e 23 de longa permanência. No período foram coletadas 212 hemoculturas (via central e periférica), devido a sinais ou sintomas sugestivos de infecção, sendo 162 de curta permanência e 48 de permcath. Houve positividade das culturas em 37% dos casos de cateter de curta permanência e 23% entre os permcaths. Pudemos identificar os seguintes microorganismos: Staphylococcus aureus – 40%, Staphylococcus coagulase negativo – 49%, Escherichia coli – 3%, Pseudomonas aeruginosa 1%, Klebsiella pneumoniae – 4% e Proteus SP 3%. Apenas um caso evoluiu para endocardite bacteriana, secundário a agente S. coagulase negativo, com resolutividade após ciclo antimicrobiano e retirada do cateter.
Discussão e Conclusões
O resultado vai ao encontro do perfil epidemiológico demonstrado na literatura. Foram implementadas ações visando maior controle da colonização: troca asséptica de troca de curativo com treinamentos freqüentes da equipe, orientação maciça ao paciente e familiares para o cuidado com o acesso, técnica asséptica do implante do cateter e treinamento do circulante de sala.
Palavras Chave
Hemodiálise, infecção de corrente sanguínea, doença renal crônica
Área
Doença Renal Crônica
Instituições
Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil
Autores
Júlia Maria Arana Varela Lourenço Siqueira, Maria Eduarda Mattar Ribeiro, Renan Acácio S Mendonça, Thaís Chiari Paravela, Josélia Soares Moura, Vanessa Ciccilini Guerra Mochiuti