Título

FATORES PREDITORES DE REMISSAO NA GLOMERULOPATIA COLAPSANTE

Introdução

Historicamente a glomerulopatia colapsante (GC) foi considerada uma variante morfológica da glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) e atualmente é considerada uma entidade clínica com características próprias. É associada a doenças infecciosas e auto-imunes e também existe a forma idiopática. É caracterizada por proteinúria maciça, elevação da creatinina sérica e rápida progressão para doença renal terminal. O objetivo deste estudo foi identificar fatores preditores de remissão na GC.

Material e Método

Foi realizada uma análise retrospectiva de todos os casos de GC diagnosticados através de biópsia renal entre os anos de 1996 e 2016 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram incluídos 67 pacientes, cujas características clínicas e laboratoriais foram analisadas no início e ao final do seguimento. Remissão foi definida como redução de 50% no valor da proteinúria basal e <3,5 g/dia. O desfecho foi definido como doença renal terminal ou duplicação da creatinina basal.

Resultados

A análise da regressão logística mostrou que remissão foi significativamente associada a um melhor desfecho renal (OR 0.08, 95%CI 0.02-0.3, p<0.001),mesmo após ajustes para CKD-EPI e proteinúria basais. Uma segunda análise de regressão logística mostrou que fibrose intersticial e mulheres são os únicos preditores independentes associados à remissão na GC (OR 0.28, 95%CI 0.09-0.84, p 0.02 e OR 10.9,95%CI 1.2-98 p 0.034)

Discussão e Conclusões

É sabido que a glomerulopatia colapsante é uma doença com desfechos renais desfavoráveis. A predição da remissão com características basais é difícil, porém mulheres e pacientes sem fibrose intersticial são mais propensos a atingir a remissão. Além disso, pacientes com CG que apresentaram remissão tiveram um desfecho melhor e isso deve ser uma meta de terapia almejada.

Palavras Chave

glomerulopatia colapsante, remissão, doença renal crônica