Dados do Trabalho


Título

DESAFIO DIAGNOSTICO DA LRA NA GESTAÇAO: RELATO DE CASO

Introdução

As alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação podem precipitar ou agravar diversas patologias que cursam com lesão renal aguda (LRA). A ocorrência de LRA em gestantes vem diminuindo com a melhora da assistência ao pré-natal. No entanto, o investimento em assistência a métodos de reprodução assistida e a gradativa elevação da idade materna cursam com aumento das gestações de alto risco no mundo desenvolvido.
Relataremos o caso de gestante com evolução atípica de lesão renal aguda.

Material e Método

Relato de caso de paciente internada em UTI de Hospital Universitário

Resultados

Paciente de 40 anos, primigesta de 33 semanas por reprodução assistida, adentra serviço de urgência com queixa de cefaleia e epigastralgia. Mostrava-se hipertensa à admissão (PA170x110) e exames revelavam plaquetopenia, aumento de transaminases e de lactato desidrogenase. Diante da hipótese de Síndrome Hellp, submetida a parto cesáreo de emergência; evolui no pós parto atonia uterina, porém sem instabilidade hemodinâmica. No pós- operatório imediato mostrava-se com LRA KDIGO II e queda de 50% de valores hematimétricos com presença de esquizócitos em esfregaço. Iniciada hemodiálise 48h após parto e diante da gravidade das manifestações hemolíticas, aventada hipótese de microangiopatia trombótica gestacional e iniciada palsmaférese e corticoterapia.
Entre o 3º e 9º dia de internação, submetida a 5 sessões de plasmaférese e 4 sessões de HD, evoluindo com recuperação de função renal e negativação das provas de hemólise, descontinuando com êxito hemodiálise e aférese. Atividade de Adamts 13 discretamente
diminuída(58%), com C3 baixo e realizada biópsia renal, que revelou: 11 glomérulos com alças capilares discretamente retraídas, túbulos com pequenas focos de atrofia e ramos arteriais dentro da normalidade.

Discussão e Conclusões

O caso descrito exemplifica o desafio diagnóstico da LRA na gestação. Paciente com diagnóstico de Síndrome Hellp, evoluindo com LRA KDIGO 3, necessidade de TSR aós 72h do pós parto – manifestação renal incomum nas doenças hipertensivas gestacionais. Aventada hipótese de microangiopatia trombótica, com excelente resposta à plasmaférese, porém com atividade de Adams 13 próxima ao normal e curso atípico para SHUa devido a plena recuperação. Apesar da realização de análise histopatológica, os achados foram insuficientes para definição do diagnóstico.

Palavras Chave

Gestantes, Lesão renal aguda, necrose tubular aguda , Síndrome HELLP, Microangiopatias trombóticas

Área

Lesão Renal Aguda

Instituições

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Cristina do Amaral Gazeta, Davi Rettori Pardo dos Santos, Cleovansosthenes Leal Freitas, Brenno de Sousa Andrade, Diego Ennes Gonzalez, Marcelino de Souza Durao Junior