Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIA DE FEBRE AMARELA NA REGIAO METROPOLITANA DE SAO PAULO, BRASIL: FORÇA-TAREFA RENAL

Introdução

A febre amarela (FA) é uma febre hemorrágica, infecciosa não contagiosa de grande importância para saúde pública no Brasil devido ao seu alto potencial de causar epidemias. É caracterizada por hepatite grave (hiperamonemia, encefalopatia hepática, insuficiência hepática e choque), lesão renal aguda (IRA), hemorragia e eventos terminais rápidos (choque e falência de múltiplos órgãos). O tempo porta-a-diálise afeta os desfechos em pacientes gravemente enfermos com IRA induzida por sepse. A recente epidemia de FA na região metropolitana de São Paulo (MASP) atingiu o pico entre dezembro de 2017 e abril de 2018.

Material e Método

Para reduzir os atrasos e aumentar a eficácia do tratamento, criamos critérios para indicar terapia renal substitutiva (TRS): creatinina (Cr) ≥ 2,0 mg / dl ou débito urinário <0,5 mL / kg / h em 8 h - e com pelo menos um dos seguintes parâmetros: uso de drogas vasoativas, ventilação mecânica (VM); ventilação não invasiva com FiO2> 40%, congestão pulmonar, sangramento, balanço hídrico positivo, encefalopatia grau II, amônia ≥ 100 µmol / L ou bicarbonato ≤ 15 mEq / L. Os dados foram expressos em médias ± dp.

Resultados

Na MASP, havia 1483 pacientes com suspeita de infecção por FA, o que foi confirmado pela sorologia em 580. Pacientes com FA grave foram encaminhados ao nosso serviço. Dos 100 pacientes internados, 74 foram atendidos pela equipe de nefrologia. Os pacientes apresentavam hepatite grave, IRA, fenômenos hemorrágicos e encefalopatia hepática. O SAPS3 foi de 63 ± 17; 87% eram do sexo masculino, a média de idade foi de 44 ± 17 anos; 87,8% estavam em VM e drogas vasoativas. As médias à admissão foram: uréia 116,6 ± 65,6 mg / dl; Cr 5,5 ± 3,6 mg / dl; Na 136 ± 5,0 mEq / L; K 4,9 ± 0,8 mEq / L; Ca ionizado 3,9 ± 0,59 mg / dl; P 6,3 ± 3,7 mg / dl; pH 7,27 ± 0,36; bicarbonato 15,4 ± 5,4 mEq / L; albumina 3,1 ± 0,58 mg / dl; aspartato aminotransferase 11033 ± 6993 U / L; alanina aminotransferase 5042 ± 2832 U / L; amilase 249 ± 225 U / L; lactato desidrogenase 4040 ± 1329 U / L; creatina quinase 1165 ± 1267 U / L; lactato 52,5 ± 52 mg / dl; bilirrubina total 6,3 ± 3,8 mg / dl; fibrinogenio 101 ± 50 mg / dl; INR 2,6 ± 1,25; fator V 37 ± 26%; amônia 124 ± 98,5 µmol / L; hemoglobina 14 ± 2,2 g / dl; leucócitos 5305 ± 3910 / mm3; plaquetas 76950 ± 40,870 / mm3; e proteinúria 5,0 ± 9,0 g / g de creatinina urinária. Dos 74 pacientes, 71 foram submetidos a TRS e 1 morreu <12 horas após a admissão. O tempo porta-diálise foi de 1075 ± 861 horas. A mortalidade foi de 76% nos pacientes dialisados.

Discussão e Conclusões

Todos os esforços foram feitos para diminuir a mortalidade relacionada à FA.

Palavras Chave

febre amarela, injuria renal aguda, terapia renal substitutiva, falencia hepatica

Área

Lesão Renal Aguda

Instituições

HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Marcia Oliveira, Gabriel Barsotti, Victor Seabra, Camila Rodrigues, Marcelo Silveira, Bernardo Reichert, Lucia Andrade