Dados do Trabalho


Título

PROTEINA C REATIVA E ESTEATO HEPATITE NAO ALCOOLICA NA DOENÇA RENAL CRONICA

Introdução

A Doença Renal Crônica (DRC) se relaciona a doenças crônico-degenerativas e inflamação sistêmica, com maior risco cardiovascular (RCV). A Esteato Hepatite Não Alcoólica (EHNA) é comum na DRC. A proteína C reativa (PCR) é marcador inflamatório e a detecção e controle destas condições clínicas influencia a evolução clínica e o RCV de pacientes com DRC e EHNA.

Material e Método

Coorte histórica, com dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais da primeira e última consulta de pacientes com DRC não dialítica (estágio 3 a 5), entre 2002 e 2015. Diagnóstico da EHNA por diretrizes clínicas. RCV avaliado pelo Escore de Framingham e EHNA baseado em critérios clínicos, laboratoriais e imagem, além da dosagem de PCR. Significativo se p<0,05.

Resultados

Foram avaliados 600 pacientes, sexo feminino (n=393, 65,5%), brancos (n=384, 64,0%), com HAS (n=459, 76,5%), dislipidemia (n=505, 84,2%), DM (n=180, 30,0%), obesidade (n=214, 35,6%) e Síndrome Metabólica (n=380, 63,3%). Diagnóstico de EHNA em 195 pacientes (32,5%). Ao início apresentavam valores elevados (p<0,001) de colesterol total e LDL, triglicérides, ácido úrico, e PCR, com redução dos valores (p<0,0001) após medidas terapêuticas. Baixo HDL e pior (p<0,01) função renal na EHNA e PCR elevada. Valores elevados de pressão arterial, índice de massa corporal e circunferência abdominal ao início, com melhora (p<0,0001) dos parâmetros ao término do acompanhamento. Observou-se maior (p<0,001) escore de Framingham naqueles com EHNA e PCR elevada, ao início e ao final do acompanhamento, com risco moderado. Acompanhamento ambulatorial de 6,8±1,4 anos, com redução (p<0,0001) dos casos de EHNA (n=74, 12,3%). EHNA e PCR elevada determinaram maior (p<0,001) número de eventos cardiovasculares pela Odds Ratio e correlação positiva (p<0,001) entre PCR, RCV e EHNA.

Discussão e Conclusões

É frequente a associação de EHNA com DRC e processo inflamatório decorrente da uremia, com maior RCV, tendo em vista os fatores de risco observados, com maior mortalidade cardiovascular. A detecção e o controle da atividade inflamatória, dos fatores de risco e da EHNA é importante para a redução do RCV na DRC.
Logo, pacientes com DRC apresentam inflamação e EHNA, com a presença de fatores de risco que implicam em maior RCV, além de maior número de eventos cardiovasculares. As medidas terapêuticas promoveram controle clínico e laboratorial, com redução do número de casos de EHNA e da PCR, além de melhora clínica e redução do RCV.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Risco Cardiovascular, Esteato hepatite Não Alcoólica, Proteína C-Reativa, Albumina.

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

Universidade de Taubate - São Paulo - Brasil

Autores

Vivian Mitleton, Breno Bonadies Andrade, Gilson Fernandes Ruivo