Dados do Trabalho
Título
Comparação da injúria renal aguda desenvolvida na comunidade e no hospital em pacientes atendidos no departamento de emergência clínica de um Hospital Universitário terciário.
Introdução
Estudos prospectivos comparando frequência e desfechos de injúria renal aguda (IRA) desenvolvida na comunidade e intra-hospitalar (IH) em pacientes (pts) internados nas unidades de emergência são escassos, especialmente em países em desenvolvimento.O objetivo deste estudo foi comparar a frequência, características e desfechos da IRA comunitária (IRAC) versus IRA desenvolvida IH (IRAIH) diagnosticada por RIFLE e/ou KDIGO (critérios creatinina sérica, CrS) em pacientes admitidos na emergência de um pronto-socorro (PS) de um hospital universitário terciário.
Material e Método
Pacientes com idade ≥ 18 anos hospitalizados no PS foram incluídos. Os critérios de exclusão foram tempo IH < 48 h, doença renal crônica estágio 5, pts em cuidados paliativos e transplantados renais. Os pts foram avaliados até o dia 7 ou alta hospitalar. A CrS (mg/dL) foi avaliada na admissão e diariamente ou a cada 48h. Os pts foram divididos nos seguintes grupos: não-IRA, IRAC, IRAIH por RIFLE (IRAIH RIFLE), IRAIH por KDIGO (IRAIH KDIGO) e IRAI KDIGO positivo RIFLE negativo (IRAIH K+ R-). Os desfechos avaliados foram tempo de permanência no hospital e mortalidade IH. Os dados são apresentados como mediana (valores mínimos, máximos) ou porcentagem (%). Significância estatística é p <0,05.
Resultados
Um total de 788 pacientes fez parte da amostra, a idade foi 63 anos (18-98 anos); 55,1% eram do sexo masculino; o tempo de internação foi oito dias (2-132 dias) e a mortalidade hospitalar foi 16,7%. Um total de 231 (29,3%) pacientes desenvolveu IRAIH KDIGO (a maioria KDIGO estágio I, 69,7%), e 167 (13,6%) pacientes apresentaram IRAC, resultando em 398 (50,5%) pacientes com IRA. As causas de internação foram pulmonares (36,2%), cardiovasculares (11,3%), gástrica (16,3%) e outras (36,2%).
Discussão e Conclusões
A frequência de IRA na admissão no PS e a IRA IH desenvolvida nos primeiros 7 dias de internação foi notavelmente alta na unidade de emergência clínica. A IRA no grupo C-IRA mostrou alta frequência e mortalidade. Os critérios do KDIGO diagnosticaram mais pts do que os critérios RIFLE nos pts IH. A mortalidade IH dos pacientes com IRA foi significativamente maior do que os pacientes não-IRA na unidade de emergência.
Palavras Chave
Injúria renal aguda, Epidemiologia Clínica, Desfechos.
Área
Lesão Renal Aguda
Instituições
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
GRAZIELA RAMOS BARBOSA DE SOUZA, FLÁVIA B AZEVEDO, Glaucia RIU, Lia Junqueira Marçal, Luis Yu, Verônica Torres, Dirce Maria Trevisan Zanetta, Emmanuel de Almeida Burdmann