Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: RECIDIVA DE NEFROPATIA POR IGA EM RIM TRANSPLANTADO

Introdução

Nefropatia por IgA, também chamada de Doença de Berger, é uma causa comum de glomerulopatia primária no mundo. Estima-se que 15 a 40% dos pacientes com nefropatia por IgA progridem pra IRC e destes 1 a cada 5 pacientes chegam a IRC estágio V necessitando de transplante renal.

Material e Método

Análise retrógrada do prontuário da paciente em voga e análise de 10 artigos com os descritores IgA nephropathy, recurrent, transplantation de 2014 a 2019 nas plataformas Lilacs e Pubmed nas línguas inglesa e portuguesa. O objetivo é relatar o caso de uma paciente, portadora de nefropatia por IgA, transplantada renal há 13 anos, doador vivo relacionado (mãe), que evoluiu com recidiva de nefropatia por IgA no rim transplantado

Resultados

Caso Clínico: KAP, mulher, 29 anos, com antecedente de repetidas amigdalites na infância, foi diagnosticada com nefropatia por IgA em 2006 durante internação hospitalar. Evoluiu com disfunção renal, necessitando de terapia renal substitutiva no mesmo ano. Após seis meses, foi submetida a transplante renal, cuja doadora foi a mãe (HLA II), que ocorreu sem intercorrências. Necessitou de diversas alterações na terapia imunossupressora após episódios de pancreatite. Atualmente, faz uso de prednisona e micofenolato de mofetila. Desde agosto de 2018, vem apresentando alteração do sedimento urinário com presença de proteínas. Realizada proteinúria de 24h que evidenciou proteinúria de 2g, mantendo creatinina estável, por volta de 1,2 mg/dl, assintomática. Aventadas hipóteses de nefropatia crônica do enxerto, rejeição subclínica, recidiva de nefropatia por IgA no enxerto renal ou glomerulonefrite “de novo”. Realizadas sorologias que se apresentaram negativas, pesquisa de auto-anticorpos não reagentes e complemento não consumido. Optado por realizar biópsia renal guiada por USG, cujos achados da imunofluorescência evidenciaram deposição de IgA mesangial e ausência de sinais de rejeição aguda, achados indicativos de recidiva de nefropatia por IgA. Uma vez realizado o diagnóstico, foi instituída terapia com anti-proteinúricos e mantida em seguimento ambulatorial.

Discussão e Conclusões

Após o transplante, cerca de 60% dos pacientes tem recidiva de nefropatia por IgA, sendo que a perda do enxerto ocorre em 3 a cada 10 destes pacientes. Os fatores de risco para a recidiva da Doença de Berger são pacientes jovens e transplante intervivos. A vigilância em pacientes transplantados por NIgA pode reduzir a disfunção do aloenxerto.

Palavras Chave

Nefropatia; Berger; IgA; Recidiva, Transplante renal; nephropathy

Área

Transplante

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SÃO FRANCISCO - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Bellotto, Gisele Lins Antunes, Karen Lizbeth Baingolea Villaroel, James Patrick Cicero Oliveira Bersano, Thiago Corsi Filiponi, Thais Braga da Mata Santos, Alexandre Toledo Arrebola