Dados do Trabalho


Título

PERFIL DOS DOADORES RENAIS FALECIDOS DISPONIBILIZADOS A UMA EQUIPE TRANSPLANTADORA EM SANTA CATARINA NO ANO DE 2017

Introdução

A doença renal crônica é considerada problema de saúde pública em todo o mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de pacientes com necessidade de terapia dialítica no Brasil aumentou de 42 mil no ano 2000 para 122 mil no ano de 2016. O transplante renal é considerado a terapia renal substitutiva de escolha para muitos pacientes, já que melhora a qualidade de vida e aumenta a sobrevida do paciente quando comparado às demais terapias de substituição renal. Entretanto, existe um gap entre oferta e procura de órgãos, com o consequente aumento crescente na lista de candidatos ao transplante renal.

Material e Método

Foram avaliadas 330 fichas de disponibilização renal, enviadas pela central de transplante a uma equipe transplantadora do norte de Santa Catarina em 2017. As variáveis analisadas foram idade, sexo, peso, altura, presença de diabetes mellitus, hipertensão arterial, tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, creatinina na admissão e na captação do órgão, sorologias (HIV, hepatites B e C, Sífilis e Chagas), tempo de isquemia fria decorrido no momento da disponibilização do órgão, causa da morte encefálica, razão da recusa ou aceitação do órgão. Os dados encontrados foram colocados em uma planilha e comparados entre os rins aceitos e rins , negados.

Resultados

A taxa de aceitação dos órgãos pela equipe foi de 22,7%. Houve uma maior tendência na aceitação de rins de paciente com idade média de 41,71 anos, creatinina média de 0,8, não diabéticos e não hipertensos, cuja causa mortis foi traumatismo crânio encefálico, em detrimento daqueles rins com idade mais avançada, com alguma comorbidade(HAS ou DM) e creatinina média de 1,2 na admissão. A principal causa de recusa foi creatinina elevada do possível doador, seguida de tempo de isquemia prolongado, infecção ativa no doador e negativa do paciente.

Discussão e Conclusões

Das 330 disponibilizações, foram aceitos 22, 7% dos órgãos ofertados, com alta taxa de recusa, principalmente de rins provenientes de doadores com idade mais avançada, com algum grau de IRA, com alguma comorbidade previa e com causa de óbito por AVC.
É preciso individualizar a aceitação ou recusa do órgão ofertado com base nas características do receptor, aumentando assim as taxas de aceitação para órgãos de critério expandido e reduzindo o tempo em lista de transplante renal para aqueles candidatos com menor chance de encontrar um doador compatível.

Palavras Chave

transplante renal, doador falecido, critério expandido,

Área

Transplante

Instituições

Fundação Pró Rim - Santa Catarina - Brasil

Autores

Marina de Almeida Abritta Hanauer, Luciane Monica Deboni, Fabiana Baggio Nerbass, Mariana Sabbagh Amaral, Maiara Gorayeb dos Santos, Stephanie Emanuela Araujo Santana, Mariana Ragnini