Dados do Trabalho


Título

Pré-eclâmpsia Grave em gestação menor que 28 semanas - Relato de Caso

Introdução

Diante do quadro de pré-eclâmpsia (PE) grave e ou síndrome hellp (SH), a estabilização das condições maternas seguida da interrupção da gravidez é a conduta a ser tomada, sendo que a prematuridade continua com seus desafios ainda mais quando extrema. O atraso na interrupção da gestação por mais de 48 horas, com as medidas de repouso, anti-hipertensivos e corticoterapia não se associam a melhora na taxa de mortalidade fetal ou neonatal. É importante o estudo comparativo de duas gestantes que tiveram o diagnóstico de PE grave antes das 28 semanas de gestação em que a abordagem terapêutica foi diferente.

Material e Método

Relato de caso e estudo comparativo com outro relato de caso semelhante em que foi realizado nova abordagem terapêutica.

Resultados

Ficou evidente no caso em que a gestante que recebeu o medicamento eculizumabe, que é um anticorpo monoclonal humanizado que se liga ao fator C5 do complemento, o adiamento da interrupção da gestação foi acompanhado de crescimento fetal intrauterino satisfatório. O que não ocorreu no nosso caso.

Discussão e Conclusões

A PE é definida por critérios estabelecidos pela American College of Obstetricians e Gynecologists, afeta mais que 6% de todas as primigestas e é a causa mais comum de mortalidade associada a gravidez no mundo. Na PE ocorre um estado inflamatório e antiangiogênico em que o processo de invasão trofoblástica está alterado, causando um inadequado suprimento de oxigênio pelo útero associado ao estresse oxidativo do tecido placentário. O sistema do complemento está ativado neste processo induzindo ainda mais a desregulação dos fatores angiogênicos. A inibição de C5 resulta na diminuição do sFlt-1, aumento do VEGF e reduz a formação do complexo C5b9 encontradas nas vilosidades trofoblásticas danificadas. O eculizumabe é um anticorpo monoclonal inibidor de C5 que reduz a geração dos componentes do C5a, C5b9 e seus efeitos na circulação sistêmica. Acreditamos que o uso do eculizumabe em gestantes com menos de 28 semanas com diagnóstico de PE grave e ou SH possa permitir o prolongamento da gestação com segurança, minimizando o grave problema da morbimortalidade materno fetal associada a estas patologias.

Palavras Chave

Pré-eclâmpsia, Síndrome HELLP, Prematuridade, Eculizumabe.

Área

Nefrologia Clínica

Instituições

FHEMIG - Minas Gerais - Brasil

Autores

Stael Moura da Silva, Victor Moura da Silva Guercio, Izabel Mello Rezende Valle