Título

FATORES DE RECUSA FAMILIAR NO PROCESSO DE DOAÇAO DE ORGAOS E TECIDOS

Introdução

O processo de doação dos órgãos tem apresentado ao longo dos anos, significativos avanços que contribuem no aumento de doadores. Sobretudo, a recusa familiar ainda é um fator limitante na efetivação da doação dos órgãos.

OBJETIVO: Analisar os fatores determinantes de recusa familiar para doação dos órgãos, em uma Organização de Procura de Órgãos (OPO).

Material e Método

Estudo quantitativo descritivo retrospectivo, incluindo as famílias entrevistadas de potenciais doadores da OPO Escola Paulista de Medicina, de janeiro de 2012 a dezembro de 2018. Dados coletados das bases da OPO e da Central Estadual de Transplantes de São Paulo (CET-SP).

Resultados

Recebemos 4.120 notificações, efetivamos 1.445 doadores e obtivemos 968 recusas familiares, o que corresponde a 38,2% das famílias entrevistadas. Destas, 37% afirmaram que seu familiar não se declarou doador em vida, 18% apresentaram conflito familiar na decisão, 11% se opuseram a informar o motivo da recusa, 9% não aceitavam o diagnóstico de morte encefálica (ME) e 8% alegaram tempo prolongado do processo, demais fatores, somaram 17% das recusas. Comparando os anos de 2012 e 2018, houve um aumento de 26% das notificações e uma diminuição de 22% das recusas. Em 2012, 36 (29%) famílias recusaram pelo motivo do paciente não ser doador em vida, e em 2018 foram 44 (43%), um aumento de 22%. Recusas por conflito familiar foram de 23 (17%) em 2012 e 17 (18%) em 2018, diminuição de 26%.

Discussão e Conclusões

Ressaltamos a importância de promover medidas de conscientização, que incentivem a população a manifestar seu desejo de ser doador de órgãos. Entretanto, observa-se uma necessidade de esclarecimentos prévios às famílias sobre o diagnóstico de ME, a fim de minimizar repressões e conflitos familiares no momento da abordagem para doação.

Palavras Chave

RECUSA FAMILIAR
DOAÇAO
TECIDOS