Título

INFLUENCIA DA MANUTENÇAO DO POTENCIAL DOADOR NO APROVEITAMENTO DOS ORGAOS PARA TRANSPLANTE

Introdução

A morte encefálica (ME) é um processo fisiológico associado a diversas alterações orgânicas significativas. Essas alterações, tanto iniciais quanto tardias, comprometem a perfusão e causam aumento da lesão isquêmica dos órgãos, influenciando na viabilidade/qualidade dos órgãos.

OBJETIVO: Analisar o índice de aproveitamento e recusa dos órgãos ofertados para transplante, dos doadores de uma Organização de Procura de Órgãos (OPO).

Material e Método

Estudo quantitativo descritivo retrospectivo, incluídos os doadores de órgãos da OPO Escola Paulista de Medicina, no período de janeiro a dezembro de 2018. Dados coletados das bases da OPO e da Central Estadual de Transplantes de São Paulo (CET-SP).

Resultados

Recebemos 593 notificações de potenciais doadores e disponibilizamos 236 doadores. Destes, 65% tiveram causa cerebrovascular de ME, 57% do sexo masculino e idade média de 48 anos. Dos órgãos disponibilizados, 3% dos corações, 3% dos pulmões, 6% dos pâncreas, 45% dos fígados e 75% dos rins foram utilizados. A principal causa de recusa pelas equipes foi idade do doador para coração e pâncreas, alteração laboratorial para pulmão, doador exclusivo de rim para fígado e alteração morfológica para os rins. Com relação aos exames laboratoriais, 30% apresentavam creatinina >2,0mg/dL, 74% com sódio >145mEq/l, 58% com CPK >500 U/L. 93% utilizavam drogas vasoativas e 19% apresentaram PCR revertida durante internação.

Discussão e Conclusões

Alterações morfológicas, doador exclusivo renal e alterações laboratoriais estão relacionados com a manutenção do doador. Diabetes insipidus, hipernatremia e rabdomiólise podem ocasionar lesões irreversíveis aos órgãos. Melhorar a assistência ao doador de órgãos proporciona melhores condições na viabilização dos órgãos a serem transplantados.

Palavras Chave

DOADOR
ORGAOS
TRANSPLANTE