Dados do Trabalho


Título

MUDANÇA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NYHA IV E DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA: A IMPORTÂNCIA DA INDICAÇÃO PRECOCE

Introdução

A elevada prevalência da Doença Renal Crônica é fonte de importante atenção para escolha do método de Terapia Renal Substitutiva (TRS). A hemodiálise representa o tratamento de primeira escolha, abrangendo 91% dos pacientes. Na ausência de contra-indicações, essa escolha pode ser baseada em preferências do paciente, levando em consideração a sua adequação ao procedimento.

Material e Método

As informações foram obtidas por revisão do prontuário, entrevista com a paciente e revisão da literatura.

Resultados

Feminino, 59 anos, portadora de nefropatia diabética, hipertensão arterial sistêmica e doença arterial coronariana com revascularização miocárdica. Iniciado hemodiálise como modalidade de TRS por escolha da paciente. Apresentava precordialgia durante as sessões, com intensificação gradual, com pouca resposta às adequações dialíticas. Após 2 anos, realizado novo cateterismo, que evidenciou competição de fluxo entre a artéria mamária esquerda e a fístula artério-venosa. Foram realizadas três tentativas de confecção de novo acesso (autógena e prótese) em membros superiores e inferiores, sem sucesso. Realizado estudo ultrassonográfico com doppler, que caracterizou impossibilidade de nova confecção de fístula autógena ou prótese nos quatro membros. O ecocardiograma transtorácico evidenciou fração de ejeção preservada, com hipocinesia da parede inferior do ventrículo esquerdo. Mantinha precordialgia típica, mesmo após desligamento de fístula e implante de permcath, mais intensa durante as sessões de hemodiálise. Paciente realizando hemodiálise com fluxo sanguíneo de 300ml/min, mantendo ainda hiperfosfatemia de difícil controle, com PTH de 1776pcg/ml. Paciente mantinha recusa em migrar método dialítico. Evoluiu com quadro séptico por infecção de corrente sanguínea, sendo necessário retirada do permcath. Sem nova via de acesso para hemodiálise, iniciado diálise peritoneal de urgência, após 7 anos do início do tratamento. Em diálise peritoneal há 2 anos, com melhora total da precordialgia e bom controle de escórias nitrogenadas e melhora dos níveis séricos de fósforo.

Discussão e Conclusões

O caso traz à luz a indicação da diálise peritoneal no paciente cardiopata. A diálise peritoneal abrange 8% dos pacientes em TRS, indicada principalmente aos cardiopatas e diabéticos. O médico deve orientar a terapia mais adequada, esclarecendo limitações e benefícios de cada método. A diálise peritoneal evita as alterações hemodinâmicas que ocorrem durante a sessão de hemodiálise, capaz de elevar em 48% a mortalidade desse grupo.

Palavras Chave

Diálise peritoneal, doença renal crônica, insuficiência cardíaca

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Maria Teresa Teixeira de Bessa, Gabriel Camperoni Hyppolito, Victor Henrique Nobrede Freire, Vanessa Ciccilini Guerra Mochiuti