Dados do Trabalho


Título

PADRAO ALIMENTAR DE INDIVIDUOS COM DOENÇA RENAL CRONICA: A INFLUENCIA DO TIPO DE TRATAMENTO

Introdução

Este trabalho teve como objetivo descrever os padrões alimentares de indivíduos brasileiros que declararam ter doença renal crônica (DRC) e analisar a influência do tipo de tratamento da DRC sobre os padrões alimentares.

Material e Método

Utilizou-se dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, envolvendo amostra representativa da população brasileira com idade ≥18 anos. Da amostra total (n=60.202), 839 indivíduos relataram DRC e foram incluídos no estudo. Os participantes foram agrupados segundo o tipo de tratamento da DRC: Grupo não Dialítico (não realizavam diálise), Grupo Dialítico (realizavam diálise), Grupo Transplante (realizaram transplante renal) e Grupo sem Tratamento (relataram não realizar tratamento) As frequências de consumo dos marcadores alimentares foram utilizadas: frutas, suco de frutas in natura, hortaliças cozidas e cruas, leite, carne vermelha, frango, peixe, alimentos doces, bebidas açucaradas, sal em excesso e bebida alcoólica. Padrões alimentares foram derivados por análise fatorial exploratória. Modelos de regressão linear múltipla, ajustados por sexo, idade, raça, escolaridade, área de domicílio e região do Brasil, foram usados para avaliar a influência do tipo de tratamento da DRC sobre os padrões alimentares.

Resultados

Dos 839 indivíduos com DRC, 57% estavam no Grupo não Dialítico, 6% no Grupo Dialítico, 2% no Grupo Transplante e 35% no Grupo sem Tratamento. Dois padrões alimentares foram identificados e explicaram 32% da variabilidade do consumo alimentar. O Padrão não saudável explicou 18% da variância total, sendo caracterizado pelo consumo de carne vermelha, bebida açucarada, bebida alcoólica, alimentos doces, e carga negativa para sal em excesso, frango e peixe. O Padrão saudável, explicou 14% e foi caracterizado pelo consumo de hortaliças cruas e cozidas, frutas, suco de frutas in natura e leite. Além disso, observou-se que os indivíduos dos grupos não Dialítico e Dialítico apresentaram baixa adesão ao Padrão não Saudável [β: ˗0.20 (IC95%: ˗0.33; ˗0.06) e β: ˗0.80 (˗1.16; ˗0.45), respectivamente], após ajuste por variáveis sociodemográficas e geográficas. Já os indivíduos do Grupo Transplante, apresentaram maior adesão ao Padrão saudável [β: 0.32 (0.03; 0.62)].

Discussão e Conclusões

Dois padrões alimentares foram encontrados em indivíduos brasileiros que autodeclararam ter DRC. O tipo de tratamento da DRC influenciou os padrões alimentares observados e em especial, a adesão ao padrão saudável foi maior nos indivíduos transplantados.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Padrão Alimentar, Análise Fatorial Exploratória

Área

Multiprofissional: Nutrição

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Fernanda Santin, Daniela Silva Canella, Camila Aparecida Borges, Carla Maria Avesani