Título

NEFRECTOMIA DE RIM POLICISTICO EM DIALISE PERITONEAL (DP): RELATO DE CASO

Introdução

Em estudos de coorte com grande número de pacientes, a DP mostrou ser método diálise seguro para os portadores de Doença Renal Policística (DRP). Entretanto, quando esses pacientes são candidatos a Transplante Renal (Tx) e os rins são excessivamente volumosos, com extensão para a pelve, pode ser indicada Nefrectomia pré-Tx para liberar espaço para alocação do futuro enxerto. Há escassos relatos na literatura de Nefrectomia de rim policístico em DP.

Material e Método

Relato de caso clínico e revisão de literatura.

Resultados

Masculino, 49 anos, portador de DRP desde os 13 anos, com acometimento hepático e de sistema nervoso central, além de Hipertensão Arterial Sistêmica. Em 2013, iniciou eletivamente DP automática noturna, com 5 trocas de 2 L em 9 horas, com cavidade “seca” durante o dia. Apresentava transporte peritoneal categorizado como médio-alto, diurese residual de 1400 mL, UF diária de cerca de 750 mL e Kt/V semanal de 1,92 (Kt/V renal 0,62 + Kt/Vperitoneal 1,3). Mantinha-se assintomático e sem intercorrências. Em dezembro de 2018 foi programada Nefrectomia de rim primitivo para realização de um futuro TxR, já que paciente apresentava rim direito com 18,0 x 19,75 cm e rim esquerdo com 19,0 x 14,3 cm. Em 12/12/2018, foi submetido a Nefrectomia esquerda, por laparotomia aberta com abordagem transperitoneal, com exérese de rim de 4,560 Kg. Não houve complicações intra ou pós-operatórias. Após a cirurgia, a DP foi suspensa e o paciente foi convertido para hemodiálise (HD) via cateter duplo lúmen tunelado, mas com manutenção do cateter de DP. Em 21/01/2019, a DP foi reiniciada com sucesso, mantendo-se a programação prévia da cicladora, mas com acréscimo de uma infusão manual vespertina de bolsa de 2 L, já que não apresentava mais diurese residual. Com essa prescrição, passou a ter UF em torno de 1300ml e KT/V semanal de 1,96, mantendo-se bem clinica e laboratorialmente.

Discussão e Conclusões

Pacientes com DRP podem ter indicação de Nefrectomia como preparo para futuro Tx. Quando esses pacientes estão em DP, o grande porte da cirurgia pode induzir o Nefrologista a programar transferência definitiva de pacientes para HD, supondo que a lesão intraoperatória do peritônio possa contraindicar o método. No entanto, a evolução das técnicas cirúrgicas tem permitido a recuperação rápida da cavidade peritoneal. CONCLUSÃO: Este relato ilustra a viabilidade de Nefrectomia de Rim Policístico em paciente em DP, com retorno bem-sucedido ao método após curto período em HD.

Palavras Chave

DRP, nefrectomia, DP

Área

Doença Renal Crônica