Dados do Trabalho


Título

FATORES CLÍNICOS, DEMOGRÁFICOS, NUTRICIONAIS E PREVALÊNCIA DE HIPERCALEMIA DE PACIENTES EM HEMODIALISE

Introdução

A hipercalemia é freqüentemente encontrada em pacientes em fase dialítica e a principal forma de controle é através do tratamento dietoterápico.

Material e Método

Estudo transversal observacional. Foram incluídos 191 pacientes em hemodiálise (56% de homens) de três centros de diálise de Santa Catarina. Foram avaliados os exames de potássio e albumina, tempo de diálise (meses), presença de diabetes, renda e escolaridade. Como indicadores de estado nutricional foram utilizados o índice de massa corporal (IMC) e a avaliação subjetiva global (ASG) dos sete pontos.

Resultados

A idade da amostra variou entre 19 e 88 anos (52,7±15,3 anos); o tempo de diálise entre 4 e 288 meses (57,4 ± 56); 35% (n=66) eram diabéticos; a média da escolaridade foi de 8,3 ± 3,7 anos. Quanto a renda per capita, 29% recebiam até 1 salário mínimo (SM), 59% de 1 a 3 SM e 12% acima de 3 SM. Foram classificados como hipercalêmicos (potássio sérico >5,5mEq/L) 19% (n=36) dos pacientes e a média da potassemia foi de 5,04 ± 0,62 mEq/L. Quanto ao estado nutricional 168 pacientes (88%) são nutridos (pontuação 6 e 7) conforme a ASG e a média do IMC foi de 26,46 ± 6,29 Kg/m².Pacientes diabéticos apresentaram maior IMC (p=0,01), potássio (p=0,01) e albumina (p=0,01). A albuminemia se correlacionou inversamente com a idade (p=0,02) e diretamente com a potassemia (p=0,03). Pacientes com hipercalemia apresentaram maior albuminemia (4,08±0,32 versus 3,97±0,32g/dL).Não foi encontrada correlação entre a potassemia, tempo de HD, escolaridade, idade e renda.

Discussão e Conclusões

A prevalência de hipercalemia nesse estudo foi de 19%, semelhante a outros estudos. Em relação a desnutrição, 88% dos pacientes estavam nutridos, um resultado importante, considerando que a desnutrição é um forte preditor de mortalidade. Embora a hipercalemia seja prejudicial, um maior IMC e albumina são benéficos a estes pacientes, visto que estudos demonstraram que pacientes com maior IMC tem menor mortalidade, também sendo a albumina um preditor de inflamação, valores maiores demonstram resultado positivo.
A maioria dos pacientes diabéticos tinham maior IMC, albuminemia e potassemia, dessa forma seria necessária a avaliação da ingestão alimentar para analisar se a causa deste resultado é uma maior ingestão alimentar dos pacientes diabéticos em relação aos não diabéticos.

Palavras Chave

Insuficiência renal, hipercalemia, albumina, avaliação subjetiva global

Área

Multiprofissional: Nutrição

Instituições

Fundação Pró-Rim - Santa Catarina - Brasil

Autores

Natalia Knoll Scatone, Rafaela Gonzaga dos Santos, Juliana Malinovski, Jyana Gomes de Moraes Campos, Fabiana Baggio Nerbass, Marcos Alexandre Vieira