Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DE UM PROJETO DE SISTEMATIZAÇAO DO ATENDIMENTO AS PESSOAS COM HIPERTENSAO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS NA ATENÇAO PRIMARIA A SAUDE.

Introdução

O programa HiperDia criado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2001 padronizou o cuidado de pessoas com hipertensão arterial (HA) e/ou diabetes mellitus (DM) na atenção primária à saúde (APS). Há anos foi abandonado pelo MS, mas continua a ser utilizado em muitos municípios, mesmo sem atualização. Recentemente propusemos uma classificação de risco que objetiva tornar mais prática a atenção programática a esses pacientes. Ela inclui a capacitação e participação da equipe de enfermagem, com importante papel no cuidado a esses pacientes. Em simulação dessa proposta de atendimento com pacientes reais observamos poder reduzir em 14% as consultas de enfermagem (CE) e em 54% as consultas médicas (CM). O objetivo deste estudo piloto foi por em prática essa proposta de sistematização do atendimento em uma unidade de saúde da família com a ajuda de alunos de iniciação científica que participaram do atendimento

Material e Método

Fizemos a proposta de atendimento e a classificação de risco (0 a 22 pontos) baseadas em dados clínicos da consulta inicial e na rotina laboratorial anual recomendada pela VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. O número e tipo de consulta depende do risco. Pessoas com risco baixo (até 6 pontos) tiveram 1 CM e 3 CE por ano. No outro extremo, grupo de maior risco (≥11 pontos), 3 CM e 3 CE por ano. A pressão arterial (PA) foi sempre aferida com aparelhos automáticos validados e bolsa de borracha adequada para a circunferência braquial

Resultados

Incluímos no estudo 55 pessoas com HA (30 com DM); 31 mulheres, idade 65,5±14,1 anos (média±DP); tempo médio HA 15 anos, de DM 16 anos; 23% fumantes; 15% com doença cardiovascular manifesta; 10% retinopatia diabética; 23% eGFR<60mL/min/1,73m2; HbA1c 8,0±1,9% (65% HbA1c>7%). As médias das PA (mmHg) na posição sentada na visita inicial e subsequentes foram: 156,3/85,6 (DP 31,1/16,3); 143,6/76,8 (DP 21,9/11,7) e 136,3/74,2 (DP 20,9/12,3), p<0,01. Houve melhora da adesão à medicação (Escala de Morisky-Green) sem mudança na qualidade de vida (EuroQoL-5D). Evolução HbA1c ainda não disponível

Discussão e Conclusões

O estudo piloto com um grupo de pacientes similar ao habitualmente encontrado na APS sugere que o modelo proposto é efetivo no controle da pressão arterial, proporciona redução do número de atendimentos programados e possivelmente dos atendimentos de urgência/emergência por descontrole pressórico. A longo prazo deve reduzir o risco cardiovascular e renal devendo ser paulatinamente estendido a outras equipes de saúde na APS. PIBIC-CNPq-PUC-SP

Palavras Chave

Hipertensão arterial; diabetes mellitus; tratamento da hipertensão arterial; atenção primária à saúde; educação em saúde.

Área

Hipertensão

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, campus Sorocaba - São Paulo - Brasil

Autores

Fernando Antonio Almeida, Eduardo Jun Yoshizato Tanaka , Isabele Mueller , Gustavo Hortelan Melo , Clarissa Garcia Custódio, Eduarda Amin Borges, Cícero Oliveira Santos, Maria Valéria Pavan