Dados do Trabalho


Título

EXOSSOMOS URINARIOS COMO BIOMARCADOR DA LESAO TUBULAR RENAL

Introdução

Exossomos são vesículas extracelulares liberadas por todos os tipos de células. Tem sido sugerido que, sua excreção urinária pode ser utilizada como marcador de lesão tubular renal. Entretanto, poucos estudos comprovaram a origem dos exossomos excretados na urina. Este trabalho tem o objetivo de comparar o clearance ou depuração de beads semelhantes a exossomos com o clearance de inulina e creatinina, substâncias excretadas na urina apenas por filtração glomerular. Esta estratégia visa determinar se os exossomos urinários são provenientes do próprio rim ou de origem sistêmica, através da filtração glomerular e/ou secreção tubular.

Material e Método

Ratos Wistar foram anestesiados, submetidos a uma injeção intrajugular de inulina (10%) ou de beads fluorescentes (0,1%). Amostras de soro e urina foram coletadas antes e 2h após o início do experimento. O clearance de inulina, creatinina e dos beads fluorescentes foi determinado pelas respectivas quantificações em amostras de soro e urina. A concentração de creatinina e inulina foi feita por espectrofotometria e dos beads pela análise de rastreamento de nanopartículas (NTA). A localização dos beads no tecido renal foi determinada por imunofluorescência.

Resultados

De acordo com o método de NTA, os beads obtidos comercialmente apresentaram diâmetro de 97 nm, condizente com os exossomos. Não houve diferença significativa entre o clearance de creatinina no grupo que recebeu a inulina (1,13 ± 0,31 mL/min) ou os beads (1,13 ± 0,17 mL/min) ao final do experimento, sugerindo que a administração das partículas não alterou a função renal. Ao final do experimento, o clearance dos beads foi significativamente menor (0,26 ± 0,26 mL/min) quando comparado ao clearance de inulina (2,02 ± 0,29 mL/min).

Discussão e Conclusões

Esse trabalho sugere que partículas de diâmetro semelhante aos exossomos são muito pouco filtradas pelo glomérulo. Adicionalmente, identificamos por meio de microscopia de fluorescência, os beads tanto no glomérulo quanto no espaço peritubular, demonstrando sua presença no rim. Entretanto, observamos um aumento no clearance das partículas não fluorescentes em comparação com as fluorescentes, sugerindo que a maior parte das vesículas presentes na urina é proveniente do próprio sistema urinário. Este trabalho sugere que os exossomos excretados na urina são provenientes do próprio sistema urinário, reforçando seu potencial como biomarcador para doenças renais.

Palavras Chave

Exossomos urinários, Lesão Tubular Renal, biomarcador, função renal

Área

Lesão Renal Aguda

Instituições

Universidade Cruzeiro do Sul - São Paulo - Brasil

Autores

Alef Aragão Carneiro SANTOS, Fernanda Teixeira BORGES