Dados do Trabalho


Título

DESSENSIBILIZAÇAO FARMACOLOGICA PARA TRANSPLANTE DE RIM COM DOADOR INCOMPATIVEL EM PACIENTES SENSIBILIZADOS

Introdução

Pacientes com alto grau de sensibilização apresentam baixas chances de transplante de rim (TxR). Estima-se que até 20% deles tenham um doador vivo HLAi ou ABOi disponível. A dessensibilização farmacológica (DS) que pode aumentar a chance de TxR com doador falecido ou vivo HLAi ou ABOi. O objetivo deste estudo é descrever os resultados de um programa de DS em receptores sensibilizados para efetivação de TxR HLAi ou ABOi.

Material e Método

Coorte histórica de pacientes submetidos à DS entre 2012-18 para TxR HLAi ou ABOi, através de plasmaferese (PF), LD-IgIV, TAC+MPS, associados ou não à Bortezomib (BZ) ou Rituxmab (RX). Todos foram induzidos com Timoglobulina (total= 4,5 mg/kg) e mantidos com TAC+MPS. Médias foram comparadas por teste não paramétrico e sobrevidas por Log-rank.

Resultados

A coorte inicial era de 40 pacientes, mas 2 deles foram removidos por quebra de protocolo e 1 por ter recebido Tx de doador falecido ABOi em alocação acidental. Dos 37 incluídos, 29,7% (n=11) fizeram DS para TxR ABOi e 70,9% (n=26) para HLAi, sendo esses últimos indicados pelos seguintes motivos: 8 por CDC+, 10 por CDC-/FxCM+ e 12 por CDC-/FxCM-/DSA+. Os receptores tinham 39,0±10,9 anos, 62,2% eram mulheres, tendo como principais causas de DRC a GN (35,1%), indeterminada (27%) e DRPAD (13,5%); apenas 5,4% eram DM. Histórico de transfusão esteve presente em 75,7% (3,0 [0,0; 6,0]), entre as mulheres, 78,3% tinham gestado (2,0 [1,0; 3,0]) e 40,5% eram candidatos à ReTx, gerando PRAc classe I e II de 67% (0; 89) e 15,8 (0; 36), respectivamente. Foram necessárias 7,0 (4; 9) sessões de PF antes do TxR, tendo sido associadas à BZ ou RX em 16,2% e 13,5%, respectivamente. Em apenas 4 pacientes a DS foi interrompida e, portanto eles não foram TxR, pelos seguintes motivos: IAM, anafilaxia com PFC, anemia+BAV e pancreatite. A taxa de transplantação foi de 89,2%. Os doadores eram vivos em 83,8% (n=34), tinham 43,4±9,3 anos, eram mulheres em 56,8%, mmHLA ABDR de 3,2±1,7. As principais complicações foram: RAMA=36,4% (n=12), RAC=33,3% (n=11) e CMV= 81,8% (n=27). As sobrevidas do paciente e do enxerto, não censurada para o óbito, e a função renal 1 ano após o Tx foram 93,6%, 87,3% e 59,3±17,5 mlmin/1,73m2, sem diferenças entre HLAi e ABOi, P= 0,56, 0,58 e 084, respectivamente.

Discussão e Conclusões

A DS é uma opção de tratamento para aumentar as chance de receptores sensibilizados realizarem TxR com doador HLAi ou ABOi, entretanto a RA ainda é um desafio a ser enfrentado.

Palavras Chave

Hipersensibilizados; Dessensibilização; Transplante de Rim

Área

Transplante

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

Lucio R. Requião-Moura, Margareth Afonso Torres, Gabriela Clarizia, Patrícia Rúbio, Cristiane Y Nakazawa, Araci Massami Sakashita, Alvaro Pacheco-Silva