Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DE UM PROGRAMA DE TRANSPLANTE RENAL RECENTE NO BRASIL

Introdução

O Brasil é o segundo maior país em volume de transplantes anuais e possui o maior programa público de transplante renal do mundo. Iniciamos um programa de transplante renal com doador vivo em um sistema de saúde suplementar em 2011 e que a partir de 2016 foi ampliado para doador falecido com protocolo de preparo pré, intra e pós-operatório que inclui o Nefrologista na sala operatória durante toda a duração do transplante, bem como cuidados imediatos em UTI após o transplante.

Material e Método

Análise dos dados demográficos e de sobrevida de paciente e enxerto de todos os transplantes realizados em um novo programa de transplante renal. Resultados expressos em média e desvio-padrão.

Resultados

De 1/1/2016 a 27/4/2019 foram realizados 52 transplantes renais, dos quais 6 com doador vivo (DV) e 46 (88,5%) com doador falecido (DF). Receptores de DV idade 37+-17 anos, 2 preemptivos, todos os receptores estão vivos e com enxerto funcionante. Nenhum episódio de rejeição aguda. Todas as nefrectomias foram feitas por via laparoscópica com uma conversão por complicação vascular. Receptores de DF idade 50,3+- 13,8 anos, 2 preemptivos, painel >10% em 13 pacientes (28%). A expansão volêmica intraoperatória média foi 2,5 L de cristaloide (maior parte PlasmaLyte), além de 200 mL de manitol pré-desclampeamento e noradrenalina contínua se necessário para manter PAM >90 mmHg. Solução de perfusão Custodiol a partir de 2017. O Tempo de Isquemia Fria foi 17+-4,4 h e Função Retardada do Enxerto ocorreu em 43% dos casos. O tempo de internação foi 11 +- 4,7 dias. Em todo o grupo (n=52), a imunossupressão foi tacrolimo/micofenolato/prednisona (n=49) e indução ATG (n=18) ou basiliximab (n=34). A sobrevida do enxerto no primeiro e terceiro anos foi 87,9 e 73%, respectivamente. As causas de perda foram obito (n=3), rejeição mediada por anticorpos (n=1) e f´situla urinária (n=1). Houve 3 óbitos (2 infecção, 1 cardiovascular) e 3 episodios de rejeição comprovada por biopsia (5,7%)

Discussão e Conclusões

A sobrevida do enxerto e paciente deste programa recente de transplante renal são comparáveis aos de centros de excelência do país, com mortalidade cardiovascular de 1,9% e baixa incidencia de rejeição. A presença do nefrologista em sala operatória aliada ao tempo de isquemia fria baixo esteve associado a menor incidência de função retardada do enxerto e menor tempo de internação.

Palavras Chave

Registro, sobrevida, função retardada do enxerto, tempo de isquemia

Área

Transplante

Instituições

Clinica do Rim e Hipertensão - São Paulo - Brasil, Fundação Centro Médico de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Lilian MP Palma, Jean CT Hachmann, Idvaldo SM Messias, Andre S Alcantara, Leonardo F Camargo, Alessandro M Parmigiani, Jose Eduardo V Nweves Jr, Alessia I Mambrini, Walter da Silva Jr, Ricardo Miyaoka, Juliano C Moro, Luiz FMC Santos, Luis EMC Santos, Gislaine AF Moinhos, Carlos AL D'Ancona