Dados do Trabalho


Título

GLOMERULOPATIA ESQUISTOSSOMOTICA - RELATO DE CASO

Introdução

A esquistossomose é uma das parasitoses mais prevalentes no mundo. A maioria dos portadores é assintomática, mas em até 6% dos casos pode se apresentar nas formas hepato-esplênica ou hepato-intestinal, em cuja condição a incidência de glomerulopatia é 5-15%. Entre as glomerulopatias esquistossomóticas, a membranosa é a mais frequente, seguida da membranoploliferativa, esta com resposta insatisfatória ao tratamento.

Material e Método

Foram analisados quatro artigos de revisão bibliográfica das bases de dados Scielo, Medline e Pubmed, publicados no período entre 2015 e 2019.

Resultados

Paciente feminina, 49 anos de idade, com internações recorrentes devido a edema refratário de membros inferiores, hipertensão arterial de difícil controle e eventual descompensação cardíaca. Exames de investigação diagnóstica evidenciaram proteinúria de 1.084 mg/24h, consumo de complementos (C3-21, C4-4,6), IRC estágio IV e esplenomegalia à ultrassonografia. Imunofixação com presença de banda monoclonal IgG lambda. Devido à piora de função renal, indicou-se biópsia renal, revelando glomerulonefrite membranoproliferativa, fibrose intersticial moderada e nefrite túbulo-intersticial com sinais de atividade. IF inconclusiva pela ausência de glomérulos. Não foram encontrados parasitas no mielograma. Parasitológico de fezes (EPF) positivo para esquistossomose, confirmado em Sorologia IgG (Elisa), atribuindo-se o quadro glomerular a esta parasitose. Realizou tratamento com Praziquantel (600mg) de 12/12h. Ainda assim, evoluiu com progressão para doença renal terminal.

Discussão e Conclusões

A incidência global de glomerulopatia esquistossomótica é de 5%, podendo chegar aos 15% na forma hepato-esplênica. Acredita-se que a lesão renal seja secundária ao depósito de imunocomplexos, devido à presença de antígenos do parasita ou de seus óvulos em glomérulos humanos. São reconhecidas as seguintes formas histológicas: mesangioproliferativa (classe I), exsudativa (classe II), membranoproliferativa (classe III), glomeruloesclerose segmentar e focal (Classe IV) e Amiloidose (classe V).
Devido à apresentação clínica variável, podendo ser assintomática em até 35% dos casos, a glomerulonefrite esquistossomótica é diagnosticada tardiamente, quando a glomerulopatia já se encontra em fase avançada. Nestes casos predominam mecanismos não-imunológicos de progressão da doença renal, portanto sem resposta à medicação antiparasitária ou imunossupressora.

Palavras Chave

Glomerulopatia, Esquistossomose, DRC

Área

Doenças do Glomérulo

Instituições

Liga Acadêmica de Nefrologia (LiNEFRO - UCB) - Distrito Federal - Brasil, Universidade Católica de Brasília - UCB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Pedro Guimarães Pascoal, Mateus Guimarães Pascoal, Laura de Lima Crivellaro, Isabella de Araújo Ribeiro, Beatriz Ballarin Costa, Luana Cicília Sousa da Silva, Tânia Maria de Souza Fontes