Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇAO DA CONDIÇAO SOCIAL, PSICOLOGICA, DE QUALIDADE DE VIDA E DE FRAGILIDADE DO PACIENTE EM HEMODIALISE. UM PONTO DE PARTIDA PARA A HUMANIZAÇAO DO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL.

Introdução

O perfil dos pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD) vem mudando progressivamente para pessoas mais idosas e com outras complicações clínicas. Além dos sintomas próprios da doença, os indivíduos com DRC têm que conviver com inúmeras adaptações pessoais, familiares e de suas relações sociais, comprometendo seu estado emocional e sua qualidade de vida (QV). O tratamento por HD demanda três sessões semanais de quatro horas em ambiente especializado, exigindo, muitas vezes, horas em trânsito. A hipótese do estudo é de que os pacientes com DRC em HD estão mais vulneráveis à perda da QV, à depressão e à fragilidade. Objetivos: 1. avaliar as condições pessoais, familiares e sociais dos indivíduos portadores de DRC que necessitam HD; 2. avaliar a prevalência de depressão e de fragilidade através de questionários validados e compará-los com o questionário de QV específico para essa população.

Material e Método

Foram realizadas entrevistas sociodemográficas e aplicados três questionários, o “Kidney disease quality-of-life short form” (KDQOL-SF™ 1.3), escala de avaliação de depressão de Hamilton e escala de fragilidade de Edmonton a 47 pacientes em HD de um único centro de diálise no interior do estado de São Paulo. Os participantes aceitaram participar do estudo que foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição.

Resultados

A idade dos participantes foi de 53±17 anos (média±DP; 21 a 87 anos); 68% homens, 79% brancos, 17% curso superior, 85% não exercem atividade remunerada, 79% moram em casa própria, 55% têm renda familiar de até 3 salário mínimos e 55% são atendidos pelo SUS. Ficou evidenciado o comprometimento na QV nos pacientes portadores de DRC em HD, com maior comprometimento no domínio de saúde física (média de 38,7), saúde mental (45,5) e saúde geral (49,7), em escala de zero (pior possível) a cem (melhor possível). Os participantes encontram grande apoio na equipe multiprofissional (84,3) e suporte social (83,7). Há prevalência expressiva de fragilidade (36%), vulnerabilidade à fragilidade (23%) e depressão (62%). Há correlação (Pearson) entre o grau de fragilidade e de depressão (r=0,76, p<0,001)

Discussão e Conclusões

Na DRC as dificuldades inerentes ao próprio tratamento e à doença de base expõem os pacientes a maior risco de fragilidade, depressão e perda da QV. Em contrapartida, a equipe responsável pelo tratamento dialítico exerce papel fundamental no suporte clínico e emocional ao paciente nesta condição. PIBIC-CNPq.

Palavras Chave

Doença renal crônica, qualidade de vida, depressão, idoso fragilizado, humanização da assistência.

Área

Doença Renal Crônica

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, campus Sorocaba - São Paulo - Brasil

Autores

Fernando Antonio Almeida, Camila Grandberg, Gabriela Rodrigues Silva, Pedro Tossoli Sendacz, Thiago Broggin Dutra Rodrigues, Ana Laura Schliemann