Dados do Trabalho


Título

TRANSIÇAO DE CUIDADOS EM TRANSPLANTE RENAL PEDIATRICO

Introdução

Todos os pacientes (pac) transplantados renais pediátricos do serviço são transferidos para o serviço de Transplante Renal de adultos ao completarem 18 anos. Os pac que têm entre 16 e 18 a. de idade são transplantados diretamente no grupo Transplante Renal de adultos. Relatos de literatura mostram até 30% de perda de enxerto em serviços sem estruturação da Transição de Cuidados, que é um preparo do paciente visando autonomia e aderência às consultas no novo serviço. Há 10 anos, foi criado o ambulatório de Transição no serviço.

Material e Método

Análise retrospectiva de todos os transplantes renais em pac com idade < 18 a. em um período de 25 a. Tres grupos foram analisados: 1) pac transplantados e seguidos na Nefrologia Pediatrica (Pediatria); 2) pac transferidos para Transplante Renal de adultos (Transição) e 3) pac < 18 anos transplantados diretamente no Transplante Renal de adultos (Adultos). Foram analisados dados demográficos, sobrevida de pac e enxerto e creatinina no momento da transição e 6 m antes e após.

Resultados

Foram realizados 152 transplantes (tx) em pac < 18 a no período. Grupo Pediatria (n=79), idade10,8±2,8 a, 68% doador falecido (DF), 4 re-transplantes, seguimento 40,7±46,5 m. Grupo Adultos (n=36), idade 16,1±1,6 a, DF 42%, seguimento 97,2±48,5 m. Grupo Transição (n=37), idade 14,6±2,4 a, 56%, DF e 4 re-transplantes, seguimento 52,8±32,7 m após transição e 104,7±48,5 m após tx.
Sobrevida do enxerto em 1a foi 75, 100 e 83% e 5a foi 60, 95 e 70% para os grupos Pediatria, Transição e Adultos, respectivamente. Causas de perda de enxerto Pediatria (n=33): trombose vascular (10), rejeição crônica (8), óbito (5), rejeição aguda (5), recorrência (2), outros (3); Adultos (n=20): rejeição crônica (14), outros (6); Transição (n=5): rejeição aguda (2), óbito (1), rejeição crônica (1), recorrência (1). Nenhum pac perdeu seguimento. Excluindo-se os pac que perderam enxerto, a mediana da creatinina no momento da Transição, 6 m antes e 6 m após foi 1,26, 1,24 e 1,27, respectivamente. Em dois pac, houve aumento de creatinina superior a 50% no momento da Transição.

Discussão e Conclusões

O transplante renal pediátrico tem como desafios tromboses vasculares (crianças menores) e rejeição (adolescentes). Houve elevação da creatinina em dois pac durante a Transição para a Nefrologia de Adultos, o que reforça a necessidade de implementação estruturada do processo de Transição de cuidados em Transplante Renal pediátrico.

Palavras Chave

transplante renal, pediatria, transição, sobrevida

Área

Nefrologia pediátrica

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Lilian MP Palma, Lilian C Prates, Vera MS Belangero, Marilda Mazzali