Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA EFICIENCIA DA HEMODIALISE INTERMITENTE EM PACIENTES INTERNADOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ANTES E APOS A IMPLEMENTAÇAO DO PROTOCOLO DE QUALIDADE.

Introdução

A ocorrência da lesão renal aguda (LRA) é comum no indivíduo internado nas unidades de terapia intensiva e a sua incidência vem aumentando progressivamente. A LRA é fator de risco independente de mortalidade e a sua ocorrência aumenta a complexidade, o tempo de internação e os custos do tratamento. O hipercatabolismo e a hipervolemia requerem adequação do procedimento dialítico para que a dose prescrita de diálise seja efetivamente ofertada.

Material e Método

Através de estudo quase-experimental, durante o período dos anos de 2008 até 2012, foram analisados pacientes acima de 18 anos, internados UTI adulto do HIAE, comparamos a prescrição, a eficiência e as intercorrências clínicas durante hemodiálise convencional em pacientes internados nesta unidade antes (entre 2008 a 2009) e após a implementação do protocolo de qualidade (entre 2010 e 2012), em doentes com LRA e DRC.

Resultados

Analisamos 255 de pacientes no período, sendo 78 pacientes do grupo Pré e 151 doentes do grupo Pós implementação do protocolo. A média de idade foi de 62,7 anos, 71% eram homens e 69,4% dos pacientes eram portadores de LRA. A implementação do protocolo de qualidade, levou a aumento significativo do tempo de tratamento por sessão (p<0,001) e do fluxo de sangue real ofertado (p<0,001), além de aumento da eficiência da hemodiálise, medida pelo KT/V equilibrado (p<0,001) e da razão da redução da ureia plasmática (p<0,001) em comparação ao grupo pré. Não houve de diferença entre os grupos quanto à média de ultrafiltração (p=0,058). Apesar do aumento da dose ofertada, não observamos aumento de complicações associadas a terapia, inclusive com redução da ocorrência de hipotensão arterial comparado ao período de 2008 a 2009 (p=0,001), além de redução da ocorrência de diminuição do fluxo de sangue (p=0,06) e da necessidade de interrupção prematura da terapia (p<0,001), sem diferença quanto a ocorrência de hipocalemia (p=0,212), arritmia (p=0,063), uso de vasopressor (p=0,413), insuficiência respiratória aguda (p=0,818) e parada cardiorrespiratória (p=0,990). No momento da alta hospitalar 30,6% estavam vivos sem necessidade de diálise, 42,4% vivos dependentes de diálise e 27,1% morreram durante a internação. Não houve diferença de mortalidade entre o grupo pré e pós protocolo (p=0,506).

Discussão e Conclusões

A implementação do protocolo de qualidade, aumentou a eficiência da terapia dialítica, sem aumentar complicações técnicas e clínicas, porém não evidenciamos diferença de mortalidade e a na dependência de diálise na alta hospitalar.

Palavras Chave

eficiência da hemodiálise, lesão renal aguda, doença renal crônica estágio terminal, unidade de terapia intensiva, protocolo de qualidade

Área

Nefrologia Clínica

Instituições

HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - São Paulo - Brasil, UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

THIAGO CORSI FILIPONI, MARCELINO SOUZA DURÃO JUNIOR