Dados do Trabalho


Título

COMER INTUITIVO EM MULHERES COM EXCESSO DE PESO E DOENÇA RENAL CRONICA

Introdução

O comer intuitivo (CI) é um modelo centrado em atender aos sinais de fome, apetite e saciedade ao invés de estímulos externos, como fatores emocionais e estresse, para determinar o que, quanto e quando comer. Há associação entre CI e menor IMC, redução de compulsões alimentares, melhor perfil lipídico, maior prazer em comer e qualidade de vida. Não há estudos que avaliaram o CI em indivíduos nos quais a doença renal crônica (DRC) e a obesidade estejam associadas. O presente trabalho objetivou avaliar o CI em mulheres com excesso de peso e DRC na fase não dialítica.

Material e Método

Trata-se de análise transversal com mulheres entre 25 a 75 anos e IMC> 27 kg/m². A Intuitive Eating Scale 2 (IES2), traduzida e validada para população brasileira com 23 questões respondidas em graus de concordância de 1 a 5 pontos foi utilizada, e analisada por escores médios, bem como frequência de respostas.

Resultados

Responderam a IES2, 26 mulheres com média de 60,2 anos (DP 9,0); TFGe 27,12 ml/min (DP 11,0); IMC médio de 34,4 kg/m² (DP 5,4); 53,8% com Diabetes Mellito 2. O escore total da IES2 foi de 3,34 (DP 0,49). A idade correlacionou-se positivamente com o escore total do IES2 (r= 0,43; p<0,05) e com as subescalas “confiança nos sinais internos” (r=0,51; p< 0,01) e “congruência das escolhas corpo-comida” (r=0,56; p<0,01). Destaca-se alta frequência de respostas afirmativas às questões: “tento evitar alimentos ricos em gorduras, carboidratos e calorias” (76,9%) e “eu fico brava comigo mesma por comer algo não saudável” (65,4%); e concordância para “se eu desejo muito um alimento, eu me permito comê-lo” (88,4%) e “eu uso outras maneiras para lidar com o estresse e ansiedade que não sejam a comida” (77%). Ainda, 53,9% discordaram do item “eu confio no meu corpo para me dizer o que devo comer”, mas 65,4% concordam com “eu confio no meu corpo para me dizer quando devo parar de comer”.

Discussão e Conclusões

Parece haver uma incongruência na frequência de respostas da IES2. A escala auxiliou na compreensão geral de alguns aspectos das atitudes alimentares das pacientes e, portanto, pode servir de subsídio para abordar o modelo do CI nessa população.

Palavras Chave

comer intuitivo, atitudes alimentares, excesso de peso, doença renal crônica

Área

Multiprofissional: Nutrição

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

RAÍSSA ANTUNES PEREIRA, LAILA SANTOS DE ANDRADE, RENATA RODRIGUES TEIXEIRA, MARLE S ALVARENGA, LILIAN CUPPARI