Dados do Trabalho


Título

ESTUDO DA VELOCIDADE DE ONDA DE PULSO EM IDOSOS DE UBERLANDIA. ANALISE DE SOBREVIDA EM 4 ANOS DE SEGUIMENTO.

Introdução

A velocidade de onda de pulso (VOP) é uma medida não invasiva, considerada padrão ouro na avaliação da rigidez arterial. Apesar de poucos estudos para estabelecer critérios de normalidade, velocidades elevadas são consideradas como preditoras de lesões subclínicas em órgãos alvos. A avaliação do risco cardiovascular de fórmulas tradicionais, não utiliza os valores da VOP em seus cálculos. O objetivo do presente trabalho foi o de verificar se existe associação do risco cardiovascular com a velocidade de onda de pulso arterial em idosos, no seguimento de 4 anos.

Material e Método

Foram estudados 1.192 pacientes com idade >= 60 anos, portadores ou não de hipertensão arterial, diabetes, tabagismo. Para a análise, inicialmente os indivíduos foram separados pela técnica de cluster e agrupados de acordo com o risco cardiovascular pela calculadora ASCVD, American College, 2012 e VOP e separados em 3 grupos. Os valores das pressões centrais, VOP e AIx foram obtidos através da tonometria de aplanação, utilizando o aparelho SphygmoCor® XCEL (AtCor Medical, Sydney, Au), que avalia a VOP no trecho carotídeo-femoral (VOPcf). A análise de sobrevida para os 3 grupos foram verificadas através das curvas de Kaplan Meier. As médias dos valores de VOPcf foram comparadas intra e inter grupo pela ANOVA/Friedman, dependendo da distribuição das variáveis.

Resultados

A VOPcf foi significativamente elevada no grupo de indivíduos com maior risco cardiovascular em comparacao com os grupos menores (8,7 ± 0,59m/s versus 10,1± 0,73m/a; p <0.001). A análise de sobrevida demonstrou que o risco cardiovascular foi preditor independente de morte e de eventos maiores (log rank 8.83 p < 0.001). Houve associação de elevações da VOPcf com o risco (r2: 0,74 p < 0.001) porém a VOPcf isoladamente não foi preditora de eventos isolados ou combinados.

Discussão e Conclusões

O risco cardiovascular calculado para 10 anos já detectou morte e eventos maiores em 4 anos. A VOPcf se correlacionou com o risco, mas, sozinha não foi preditora de morte e eventos maiores em idosos.

Palavras Chave

risco cardiovascular, sobrevida, idosos, velocidade de onda de pulso.

Área

Hipertensão

Instituições

Universidade Federal de Uberlandia - Minas Gerais - Brasil

Autores

Denis Fabiano Souza, Ercilhana Freitas, Sebastião Rodrigues Ferreira-Filho