Dados do Trabalho


Título

A DIMENSÃO SOCIAL DA DIALISE PERITONEAL NÃO PLANEJADA

Introdução

O início não planejado da terapia hemodialítica é uma realidade comum no cenário nacional e mundial. Porém, poucos estudos avaliaram a diálise peritoneal (DP) como opção terapêutica de início não planejado e acredita-se que muitas são as barreiras sociais para sua realização. Socializar experiência do programa da DP como alternativa de diálise crônica não planejada e a relação desta com a dimensão social.

Material e Método

A unidade de diálise de um Hospital Universitário de SP encontrava-se sem disponibilidade de vaga para o tratamento hemodialítico crônico em julho de 2014, o que acarretou da assistência adaptações e, a partir daí, a DP emergiu como alternativa de diálise crônica não planejada. Foram incluídos pacientes com doença renal crônica avançada que iniciaram DP de modo não planejado, ou seja, cujo início ocorreu em menos de 48 horas após o implante do cateter, sem treinamento familiar ou adequação do domicílio. Os pacientes do grupo DP permaneceram no método no ambiente hospitalar até treinamento familiar e adequação do domicílio. Durante o tratamento hospitalar, foi realizada visita domiciliar e analisadas as variáveis escolaridade, dinâmica da família, renda familiar, estrutura habitacional, além de outras.

Resultados

Identificou-se até dezembro de 2016 um fluxo de entrada de 93 pacientes, 52(56%) idosos, 54(58%) com ensino fundamental incompleto, 42(45%) com composição familiar de 3-4 membros, 50(53,7%) com situação econômica familiar de 1-2 salários mínimos. Houve predomínio de domicílios em área urbana (88 pacientes), casa própria (61 pacientes) e completa infraestrutura (estado de conservação do imóvel entre regular e boa), localizados em municípios de pequeno porte (distribuídos em 26 municípios) e (49)53% dos pacientes estavam a mais de 50 km de distância da unidade de diálise. A mortalidade foi de (18)19,3%, 32(34,4%) pacientes foram transferidos para hemodiálise por complicações médicas e apenas 5(5,3%) pacientes saíram do método por motivo social, relacionado à limitação do paciente ou sobrecarga familiar. Considerando-se os casos anteriores, houve um crescimento do programa de diálise peritoneal de 195%.

Discussão e Conclusões

Houve desmistificação da dimensão social e suas barreiras ao método domiciliar sem planejamento, aumento da motivação para fazer DP, maior estimulo de suporte familiar e social, além da garantia da integralidade das ações de saúde e intersetorialidade entre outras políticas sociais.

Palavras Chave

Diálise Peritoneal; Diálise crônica não planejada; Dimensão Social

Área

Multiprofissional: Outras áreas

Instituições

Centro Universitário Sudoeste Paulista - São Paulo - Brasil, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

Tatiane Granatto Lopes, Margareth Aparecida Santini Almeida, Marcela Lara Mendes, Laudilene Cristina Rebello Marinho, Dayana Bitencourt Dias, Daniela Ponce